terça-feira, 31 de março de 2009

Outra vez dia de festa?!

Faz, hoje, 20 anos que fui promovida a mãe, pela primeira vez. Tinha quase 25 anos e acho que estava pouco consciente do “cargo” que acabava de assumir. Ser mãe é um trabalho sem fim e, como em tudo na vida, tive de aprender muitas coisas. Era a minha primeira filha e funcionou como uma espécie de cobaia. Foi com ela que aprendi muito e foi com ela que tive sucesso e que falhei, pela primeira vez numa decisão. A minha filha mais velha é muito diferente de mim. Somos parecidas nalguns traços fisionómicos, mas o nosso carácter não nos deixa dar tão bem como o nosso amor merece. Mas ainda bem que ela ajuda a preencher a minha vida!

domingo, 29 de março de 2009

Andas, andas que me apanhas na idade!

O N. é um primo meu, já um pouco afastado no parentesco, de quem eu gosto muito. Mesmo que não fossemos primos, seríamos amigos, de certeza. Ele tem um sentido de humor delicioso e, sempre que estamos juntos, divirto-me imenso. Hoje, ele faz anos. Sempre guerreámos a propósito da idade, porque sou um pouco mais velha e ele fazia questão de mo lembrar e de se meter comigo. Quando éramos “jovens e inconscientes”, o N. tinha algumas cismas. Lembro-me, por exemplo, que ele sempre fez questão de respeitar duas a três horas de digestão. Mesmo que só tivesse comido uma peça de fruta, o belo do N. não abdicava das suas duas horas de digestão. Então, era vê-lo, com um ar muito infeliz, mas muito determinado, a olhar para nós a chapinhar no mar e ele a cumprir à risca a sua absorção dos alimentos, porque “com estas coisas não se brinca”! Parabéns, miúdo!

sábado, 28 de março de 2009

Avaliar, ou não...

Está a aproximar-se um dos momentos que mais me agasta, em cada ano lectivo: a avaliação dos alunos. Pior, pior é no 3.º período, quando das notas depende a sua progressão para outro ano de escolaridade. O que eu abomino, classificar os alunos! Detesto enfiar com eles nas prateleira do 1,2,3,… Tenho sempre um enorme receio de estar a ser injusta ou de não ter feito tudo para os ajudar a “mudar de prateleira”, quando é caso disso, de não ter “medido” com exactidão o seu esforço para superar as suas dificuldades… Tudo é tão subjectivo! Estamos a lidar com pessoas e não com peças produzidas, que são quantificáveis e das quais se pode passar Certificado de Qualidade. No ser humano, tudo é relativo e incomensurável. Então, como posso eu dizer o que o aluno vale?

sexta-feira, 27 de março de 2009

Taras e Manias

As papilas gustativas são mais refinadas numa ou noutra pessoa. Isso já eu sabia, mas as minhas filha batem aos pontos qualquer crítico de gastronomia, português ou estrangeiro. As delas distinguem sabores que nem a Edgardo Pacheco, João Gobern ou Francisco José Viegas lembrariam. Por exemplo, a mais velha gosta de cenouras cozidas, para acompanhar o peixe, ou assim. No entanto, se as cortar aos cubos e as juntar à sopa, ficam todas, mais ou menos alinhadas, à borda do prato. Ora, já a mais nova, abomina queijo. Os seus pratos preferidos? Hambúrguer e Pizza. Pois. Também a mais moça tem toda a razão quando aponta o Caldo Verde como a sua sopa preferida. Também sou grande apreciadora deste caldo, tipicamente português. Agora, alguém me explica porque tem sempre de haver briga para ela comer as couves cozidas?!

Lundi + Monday

Há já muitos anos que só lecciono Português. Confesso que também não tenho investido muito na minha formação linguística, com o objectivo de reciclar conhecimentos e vocabulário. Assim sendo, estou naquela fase da vida em que, quando me quero lembrar de uma palavra em Inglês, só me recordo em Alemão e Francês; quando preciso de uma em Francês, aparecem logo em Alemão e Inglês; sim, sim, também quando falo Alemão, só me lembro das palavras em Inglês e Francês… Havia de ler também nestes idiomas, mas não me tem apetecido… Todo este intróito para referir que ainda há gente tão ou mais baralhada que eu. A minha prima D., que nasceu na África do Sul e é uma querida, teimava há dias com o seu irrequieto marido e meu primo, o R., que Segunda-feira, em francês era “mundi”! Ah, pois é! Quando se é “poliglota”, correm-se riscos que tais!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Hoje é dia de festa

15 Anos… A minha “caganita” faz hoje 15 anos! Ao contrário dos outros dias, quando desceu, de manhã, vinha de bom humor e, sorridente, veio enroscar-se nos meus braços para ganhar beijinhos. É assim a minha filha mais nova, doce e sedenta de mimos.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Rotinas III

-“Tchau, setora”! Boas férias! – atirou a Magda, enquanto voava em direcção à porta.
- Tudo de bom “pr’ócê”, ‘fessora! Se divirta nas férias, viu! – cantou o Edilson, com o seu sotaque nordestino e um sorriso tamanho do mundo.
Até a Rute, muito tímida e que teimava em passar sempre despercebida, murmurou um “Boas férias, “setora”. Até pró ano!”, quando saiu.
O último dia de aulas! A professora Dulce suspirou. Agora já não havia mais gritarias nos corredores, não haveria mais testes para serem corrigidos, entregues e seguidos de caras aliviadas, semblantes carregados ou sobrolhos franzidos. Já não se ouviriam lamentos pelos TPC’s marcados, cessariam as exposições de conteúdos, as apresentações de trabalhos, … Agora, finalmente, haveria paz!
Parou de arrumar a pasta. Os seus “meninos”! Este ano tinha tido particular sorte com as turmas que lhe tinham cabido: bons miúdos, empenhados, com sentido de humor, preguiçosos q.b. Ia ter muitas saudades deles…
Nem sempre era assim. Como em tudo na vida, a relação professor/aluno tem de resultar de uma empatia que, a pouco e pouco, se constrói e desconstrói com os acontecimentos do dia a dia. Como em todas as relações, é preciso que, a cada instante, se acalente, se aperfeiçoe para resultar na aprendizagem, para dar frutos e não se tornar num tormento para ambas as partes. É que na relação professor/aluno não há possibilidade de divórcio!
Quantas vezes o seu humor melhorou depois de entrar numa sala de aula! Vida mazinha que tantas vezes nos deixa apreensivos, tristonhos!... Quando assim era, tentava abstrair-se dos seus problemas para transmitir aos seus alunos aquilo que ela sabia. Eles não tinham culpa que as coisas lá por casa não correrem sempre bem. E, depois, a escola compete com tantas coisas bem mais aliciantes! Que aula tem hipóteses perante um novo jogo de “Playstation”? A quem é que apetece ler e interpretar o Crime do Padre Amaro, se pode ver o filme? Contas?! Tabuadas?! SMS’s, pois então! Melhor mesmo só os MMS’s! Não, uma aula, para resultar, tem de investir na relação entre os intervenientes.
Com estes seus alunos, a professora Dulce sabia que a relação se extrapolaria para fora da escola e que, sempre que se encontrassem na rua, tanto ela como os seus “meninos” sorririam com prazer na hora de se cumprimentarem e teriam curiosidade em saber como é que a vida estava a portar-se para com eles. Eram momentos como estes que a faziam acreditar que, embora os ministros vão e venham, que os Estatutos da Carreira Docente se reformulem, que a progressão na carreira seja dura, as relações humanas, a proximidade que uma sala de aula proporciona aos que lá “co-habitam” valem a pena!

domingo, 22 de março de 2009

Natura Com Vida

Que bem me soube a caminhada desta manhã! Apesar de um pouco lotada (éramos à volta de 300 pessoas!), foi agradável marchar pela várzea, junto ao rio e aos campos de arroz. Até os cavalos, curiosos, vinham espreitar aquela multidão de caminheiros, que, em ruidosas conversas, se desafiavam uns aos outros. Contámos, mesmo, com a presença de alguns ilustres membros do executivo camarário e de outros órgãos autárquicos.

Ai ontem foi Dia da Poesia?!

Quando tenho mesmo de corrigir testes, olho para os montinhos, alinhados por turma, em cima da mesa e apetece-me imenso arrumar gavetas, passar a ferro, organizar armários… Como sei que não posso “não fazer nada”, solta-se-me a alma de empregada doméstica e estes desejos de limpeza e de arrumação emergem. Mas não. Como os testes lá continuavam, ontem, Dia da Poesia, estive o tempo todo a corrigi-los. Depois, lá mais para o fim da tarde, estive a organizar todos os papelinhos do IRS e a enviar a declaração electrónica. A poesia não me vai perdoar!

sábado, 21 de março de 2009

Rejubilemos de novo!

Hoje, comemora-se o Dia Mundial da Poesia. Festejemo-la, então, visto que, sem ela, a Humanidade não faria sentido!

O não-sol

Aquele grande chapéu preto foi o que me fez atentar na figura. Era um chapéu imponente, de dimensões que oscilavam entre o dos cowboys e o dos mexicanos. O sujeito era seco de carnes e, de cowboy, tinha também as pernas arqueadas e um colete sem mangas, de couro, pendurado nos ombros. Era pelas abas do colete que espreitava a t-shirt, preta, a fazer “pendant” com o apelativo chapéu. Era estampada à frente, seriam talvez “grafittis”, ou ramos, os figuras geométricas… Ok, não é importante. O que fulgia, por detrás das abas do colete, era a cor dos desenhos: um doirado tão intenso que bendisse, por diversas vezes, os meus óculos de sol!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Socorro!

Finais de período lectivo são, para mim, cada vez mais “agastantes”! Montes de testes e trabalhos para corrigir aliam-se a tarefas burocráticas e repletas de “papelagem” e a reuniões (em que se discute o sexo de seres alados) para me azucrinar o tempo, o livre e o outro. Este entretenimento não me deixa pensar muito no resto, o que convém, mas começo a ficar muito cansada e sem a tolerância necessária para as atitudes de adolescente dos alunos, em plena crise de “feromongas”.

Rejubilemos!

Hoje, todos os pais que se preocupam e cuidam dos filhos merecem um grande beijo. Feliz Dia do Pai!

sábado, 14 de março de 2009

Ou sim!

Que agradável que está o dia hoje, outra vez! A minha L. vem cá e logo vamos jantar com a F. e uns amigos. Degustaremos umas belas de umas enguias com arroz de feijão. Vou inflamar o colesterol, mas paciência. E o maior prazer será estar com as duas melhores amigas, rir bastante e não pensar no que me agasta. E que bom que vai ser regar tudo isto com muitos mimos das e às filhas!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Ou não

Está um dia luminoso e acolhedor, daqui da janela vejo a explosão branca das macieiras em flor, tenho tanta coisa boa na minha vida… Então, porque é que estou triste e não me apetece desfrutá-los? Que desperdício!

quinta-feira, 12 de março de 2009

No museu

Hoje, fui com as minhas turmas de 8.º Ano ao Centro de Arte Moderna e ao teatro, a Lisboa. Correu bem: trouxemo-los todos de volta, sãos e salvos. Agora, entristece-me muito ver que vários, do grupo que eu acompanhei, aproveitaram a sua permanência no museu para tirarem fotografias em poses idiotas ou deambular sem prestar nenhuma atenção à explicação da guia. Assim, fico esmorecida e sem vontade de preparar mais actividades do género!

Ausência

Quando Rita sentia os lábios dele nos seus, sentia também as suas mãos a segurarem-lhe o queixo com ternura. Era ele que se inclinava para a beijar, suavemente primeiro, depois como se o mundo fosse acabar naquele instante. Os movimentos dos lábios tornavam-se secundários, quando a mão dele descia até aos seus seios, insistente, no decote…
Acontecia sempre. Não uma nem duas vezes, mas sempre que pensava nele. Era a imagem presente, constante, com cambiantes em algumas ocasiões, mas que se repetia vezes sem conta, tantas quantas pensava nele.
Tinha sentido o toque dos seus lábios, há algum tempo atrás. Eram sempre doces e sôfregos os seus beijos. Depois, a escola, os amigos, a vida tinham-nos separado. Hoje, desejava-o acima de tudo e sonhava permanentemente com o seu toque…
Aquelas imagens… Não poderiam ser só sonhos, desejos, manifestações do seu corpo de adolescente, de quase mulher!
No início, a imagem era ela a chegar-se a ele, a olhá-lo no fundo dos seus olhos claros, a passar o polegar pelos seus lábios, beijando-o, finalmente, com doçura. Ele estava lá, à espera, surpreso, como se o querer fosse só dela.
Agora, a imagem era outra. Era ele que vinha junto dela, que lhe mostrava o seu carinho, o seu desejo…
Assim é a vida e apenas permite que sonhemos o que nos faria felizes. Era tão difícil ver passar cada dia, cada semana sem um sinal, sem um indício…
Ah, Rita, acorda, rapariga! A ausência de pistas não era se não a prova de que ele não sentia da mesma forma. Verbalizou-o nesse instante. E ficou tristemente aliviada. Então, em vez das mãos dele no seu rosto, acolhedoras e quentes, sentiu o percurso de uma lágrima, que parou nos lábios que há tanto esperavam os dele.


segunda-feira, 9 de março de 2009

Citação

(...)
"Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa

domingo, 8 de março de 2009

Mais luta, menos luta

Sim, sim, era eu, ontem, no cordão humano de professores.
Lá fomos, eu, a F. e o A., cumprir mais uma jornada de luta. Fiquei um pouco esmorecida quando chegámos ao Marquês de Pombal e vi meia dúzia de gatos-pingados que nem para uma guita seriam suficientes. Depois, já passando da hora, como portugueses que somos, lá foi chegando gente e, num instante, se ligaram os locais designados para o tal “cordão humano”.
Somos professores e humanos, fomos cordão, mas tenho dúvidas se teremos sido bem sucedidos nas nossas reivindicações.

quinta-feira, 5 de março de 2009

As valas são nossas amigas

A cria mais velha anda a tirar a carta. A princípio, ela não se mostrou nada entusiasmada com esta aprendizagem e só se inscreveu na escola de condução porque concluiu que vir da faculdade tarde e de comboio não é muito confortável. Fiquei mais tranquila quando, depois da sua primeira aula de condução, a minha filha me confessou que, afinal, “conduzir até é fixe!” Reconheço que, por ela não ter grande vontade de se tornar um ás do volante, já me estava a ver “mãe-taxi” por muitos e longos anos.
Foi, então, com alguma preocupação que a vi apreensiva, quando regressou de mais uma voltinha de aprendizagem. Quis saber o que se tinha passado, cogitando onde poderia adquirir aqueles artefactos que se usam para determinar o custo das viagens nos carros de praça, que decidi adquirir logo que tivesse a certeza que ela ia desistir.
- Hoje não correu muito bem… Já tive de fazer umas “cenas” mais complicadas.
- Que coisas?
- Fiz ponto de embraiagem.
Admirei-me. Não me lembrava de declives significativos, no lugar onde moramos e, quando tirei a carta, eram esses os locais eleitos pelos instrutores para treinar ponto de embraiagem.
- Deu para experimentar porque caí numa vala…
- Numa vala?!
- Sim, a primeira vez não correu muito bem, mas da segunda já fiz tudo direitinho.
- A segunda?!
- Sim. Caí na vala duas vezes…

quarta-feira, 4 de março de 2009

Citação

"Chaminé que construísse em minha casa não seria para sair o fumo, mas para entrar o céu." Mia Couto

domingo, 1 de março de 2009

Março

Este mês é especial. É um mês de grandes invenções, o telefone (1876), o dinheiro de papel (1862), a aspirina (1899), os atacadores (1790), a máquina de gelados portátil (1990), só para referir algumas. Além disso, deste mês, as maiores invenções são, de 31 e de 26, respectivamente, a minha filha mais velha e a minha filha mais nova!