quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Faz-nos falta


 

O sol crescido agasalhava as gentes que fintavam o vento, aconchegando os casacos como podiam.

O rio, azul e inquieto, seguia rumo ao mar, sem conversar com os barcos que o cruzavam.

Eram quatro vidas já bem compridas. Juntos, cresceram e rumaram aos trilhos escolhidos e que foram felizes ou não, vivazes ou acomodados.  

Havia memórias que planavam entre eles, recordações de risos partilhados, descobertas feitas por corpos jovens e tenros, ávidos de emoções e ainda encantados pela ausência de desencanto. As gargalhadas eram genuínas e espantavam pela sua generosidade. Gargalhadas generosas ainda surpreendem mais!

Prometeram voltar a ver-se, voltar a fruírem uns dos outros, junto deste ou de outro rio. Eles correm sempre para o mar. É por isso que os quatro sentem sempre perto o pulsar do coração uns dos outros.