Viver com um idoso deveria ser obrigatório para todos os humanos. É preciso ter consciência do que nos espera mal nascemos e em que só cremos lá muito à frente na vida.
Acompanhar o crescimento da velhice e perceber o desânimo de quem tem consciência da perda das suas faculdades é uma tarefa hercúlea, desmotivante e impactante, especialmente se o velho é o nosso pai.
Tive também a oportunidade de acompanhar a minha mãe na doença, o que não foi fácil.
Tenho quase 61 anos e vejo a minha velhice lá ao fundo, à espreita, a esfregar as mãozinhas ossudas e de risinho maléfico, pronta a amedrontar qualquer um.
Não me apetecia muito aumentar as maleitas, nem depender de ninguém para sobreviver. Todavia, será esse, certamente, o meu destino, como o de todos os idosos que conheço. E isso é assustador!
Até lá, vou aproveitando os momentos bons com o meu pai e reclamando do que nele me agasta, porque também isso é amor.