segunda-feira, 7 de junho de 2010

Os Íntimos

Estou a gostar muito de ler Os Íntimos, de Inês Pedrosa. Aliás todos os seus livros são, na minha opinião, muito intensos.
Vou aqui partilhar um pouco do último: "As palavras são sempre pedras, pedaços de fronteiras. Servem para separar, para rasgar. Podem ser plagiadas, decalcadas como passaportes falsos. Nunca enganam por completo. Nunca revelam a verdade toda. Mudam com o sotaque, a voz, a ordem na frase, o esforço." Saliento que a personagem que define assim as palavras é masculina, muito cínica e céptica. Como tal, não poderia concordar em absoluto com todas estas enunciações. As palavras podem, efectivamente, ser tudo isto e a sua antítese: podem ser afagos, congregações; podem servir para unir, para aproximar e podem revelar a verdade toda.
Esta é uma obra que nos dá a visão masculina do mundo. Estou muito curiosa.

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