domingo, 30 de setembro de 2012

Pessoas fantásticas - parte 2

Ao receber o diploma de conclusão do ensino secundário, a cria mais nova exclamou:
- Mãe, tens de mandar emoldurar o meu diploma!
- Olha! Não te esqueças que a nota arredonda para cima. Tu não tiveste 18, mas sim 17.6!
- Sim, mas não é isso que lá está escrito! Quero uma moldura, se fazes favor!
(Decididamente, quando fiz as minhas filhas, o botão da modéstia estava fora de serviço...)

Pessoas fantásticas

Perguntei à cria mais velha se o namorado tinha gostado de a ver com o novo corte de cabelo.
- Claro que sim! Estou fantástica!
(Quando fiz esta minha filha, esqueci-me de ativar o botão da modéstia...)

domingo, 23 de setembro de 2012

Preocupa-me o meu país...

Preocupa-me o meu país.
Dói-me o desalento geral e a necessidade de manifestar publicamente esse desalento. 
Senti que todos querem mudar, mas ninguém tem noção de que não há forma de afugentar a austeridade, o FMI.
Gostava que as manifestações de desagrado não se transformassem em exemplos de fúria. Somos todos portugueses, bate no nosso peito o coração lusitano, esconde-se no nosso cérebro o embrião da mentalidade "tuga" - que nuns se metastiza assustadoramente e noutros não se desenvolve.
Se a dificuldade aguça o engenho, quantas mais doses de infortúnios passaremos para descobrirmos o caminho?

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Alguém acredite

Ah, a escola, a escola... Assim que se assomou a setembro, fiquei logo tão ocupada...
E com a cria mais nova a entrar para a faculdade, vá de me babar...
A propósito deste evento memorável na sua vidinha, sucedeu-me um dos maiores absurdos de que tenho memória. 
Decidi que pagaria as propinas da "piquena" utilizando uma conta poupança reforma/educação que venho a amealhar há já uns anitos. Como sou uma mulher prevista, muni-me do recibo do pagamento que efetuei na faculdade, de um certificado de matrícula e de cópia do seu cartão de cidadão, não fosse a instituição duvidar de que ela era minha filha. 
Chegada à agência bancária, informo a funcionária da minha pretensão que, depois de lhe apresentar o recibo e de ter telefonado para um cúmplice", me salienta que só aquele documento não provava o ingresso da minha filha na faculdade. Gargalhei por dento (claro que é banal as pessoas pagarem 1067.65 euros a uma instituição se não tiverem um filho lá a estudar!) e estendi-lhe o certificado de matrícula. Sorriu amarelamente e pediu os nossos NIF. Passei-lhos para a mão, confiante que a minha capacidade de prever imprevistos tinha arrumado com ela.
Pois que não. Já atarantada, informou-me que era também necessário um atestado de residência, passado pela junta de freguesia, meu e da filhota. Rebentei num riso tão incrédulo e insatisfeito que a surpreendi. Mas o que importaria aos senhores da seguradora onde é que eu moro? O dinheiro é meu, habitando eu o principado ou uma aldeia recôndita do Cambodja! Mil desculpas me foram juradas, argumentado que era a seguradora que fazia tais desmandos.
Já tenho os atestados de residência! Nem que fosse necessário ir pedir a bênção do papa, aqueles trololós não me vão impedir de movimentar o meu dinheiro!
E isto é Portugal!