quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Mas (sempre) não

Há pouco, à mesa obrigatória de Natal, zappingávamos em busca "do programa" e, dependendo de cada um, ninguém queria ver nada do "gosto" dos outros. Até que a caganita descobriu circo, que nos impingiu com um "a minha avó gosta muito de circo!".
Dei por mim a olhar para o relógio, na parede em frente, desejando que o ponteiro grande, excecionalmente, se apressasse para o circo acabar. Ao mesmo tempo adivinhava, palavra por palavra, os comentários apreciadores da minha mãe:
- Este circo tem coisas de admiração! Tchi, nem sei como eles conseguem fazer aquilo! 
Senti-me mal. Queria muito gostar de ver circo com a minha mãe; queria muito não adivinhar com tédio os comentários que ela faz sempre; queria muito que o espírito da quadra natalina entrasse comigo e eu me sentisse feliz. Mas não.

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