terça-feira, 7 de julho de 2020

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Estou aqui, sentada à secretária, de frente para a janela, olho para o quintal muitas vezes, quando quero e involuntariamente, procurando uma palavra para avançar no trabalho ou simplesmente porque já se tornou rotina descansar o olhar no verde do meu quintal, entre tarefas de computador. 
Não sei se estou triste por já estar formatada para esta forma de estar/trabalhar ou porque sinto falta da escola, agora, nesta altura, em que os alunos já lá não estavam, mas cuja alegria ainda pairava no ar e nós andávamos a resmungar por tudo e por nada, fartos uns dos outros, loucos com os relatórios que temos de fazer, nestes finais de ano letivo.
Agora, na escola, vemos alguns de nós, poucos, fantasmas de máscaras, descartáveis ou mais coloridas (tentativa de colorir a nossa vida?), mas que nos impedem de nos reconhecer, de observar os nossos sorrisos, amarelos, verdes, não importa, os nossos sorrisos que nos estão vedados!
As escolas, agora, são casas-fantasmas de tempos idos, deixados à pressa  e contra a nossa vontade. 

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