Foram cores, sons, sensações.
O vento sussurrava nas águas do rio, querendo provar a sua vontade: ali, ele é rei e, junto com o sol e o céu, faz do rio uma casa para as aves e para os peixes.
Os mochões são guardiões desta vida que pulula. É lá que os cavalos, curiosos, nos olham quando nos aproximamos. Os gansos aconchegam-se na pequena enseada. Cautelosos, vão andando, em passinhos curtos, mas seguros e sôfregos. Levantam. finalmente, voo, numa poesia inesperada.
Os salgueiros tombam, lânguidos, acariciando sempre as águas revoltas.
Mais além, no escarlate do céu, uma íbis negra desafia ventos e marés, certa de que aquele mundo é o seu.
Os dois cisnes, de um branco inesperado e brilhante, ondulam, ao longe, São a alegria súbita no cinzento das águas.
E quando a embarcação parou, no meio do rio, a nossa alma foi inundada de mundo. Tudo fez sentido e fomos felizes.
Sem comentários:
Enviar um comentário