Têm sido semanas intensíssimas. Aliado ao sempre extenuante lançamento do ano lectivo (que aconteceu mais cedo), a comissão permanente que coordeno na Assembleia Municipal decidiu organizar um seminário que ajudasse a esclarecer as dúvidas e a resolver as dificuldades do movimento associativo do nosso concelho. Convidámos oradores de grande qualidade, conseguimos o apoio dos alunos de hotelaria para a confecção do buffet fantástico, que decorreu no intervalo, convidámos todos os interessados, mas corríamos o risco de ser um fiasco, por falta de freguesia. Não foi, tivemos o local compostinho, o público pareceu satisfeito e todos ficámos com a sensação de missão cumprida. A política autárquica pode colaborar bastante para este sentimento de contribuição para o bem comum. E isso faz-me bem.
domingo, 26 de setembro de 2010
sábado, 18 de setembro de 2010
Realidade
De volta a 2010 e às preocupações rotineiras, a minha cervical (a tal estaferma e enferma) melhorou. Talvez tenha sido consequência da tortura da mesoterapia, mas estou convencida que o médico tinha razão quando diagnosticou que era do stress. Então não é que esse malvadão do stress se encavalitou na minha cervical e me atormentou dias e dias a fio? Graças aos relaxantes musculares, ao belo do Xanax e à natação que retomei, tenho sentido o estuporado a tentar desmontar-se do meu frágil pescocinho e a atormentar somente o meu espírito, que nunca deixa de lado as miríades de tarefas agendadas e desagendadas.
Já tinha ouvido que o stress podia afectar o coração, o cérebro, as pernicas também, vá; agora encarrapitar-se no meu pescoço e cutucar os músculos da omoplatas, nunca me passaria pela cabeça!
Começo a duvidar da minha banalidade.
Gostava
Sinto a falta de muita coisa e de muita gente. Não sei se estou a ficar saudosista ou apenas mais tonta do que é costume.
Gostava que a minha tia Maria ainda cá estivesse e me aquecesse o arroz doce em banho-maria, porque sabia que era assim que eu o preferia;
Gostava de poder juntar um monte de livros ou discos de vinil e dizer à minha mãe que tinha de sair para os devolver aos meus amigos lá do bairro;
Gostava de estar a brincar com todos os meus primos no quintal da minha avó, enquanto os meus pais, os meus tios e os meus avós conversavam, sentados à mesa;
Gostava de voltar a encostar-me à balaustrada da varanda da minha avó para ver os ranchos, no palco montado no largo onde ela morava;
Gostava de voltar a chorar agarrada à minha melhor amiga do 7.º ano de escolaridade, quando descobrimos que não tínhamos ficado na mesma turma;
Gostava de sentir o beijo daquele amigo nos meus cabelos;
Gostava de voltar a encarrapitar-me nos montes de pedra, debaixo da nogueira, para chegar às nozes verdes e comê-las de seguida;
Gostava de voltar àquela barbearia que vendia livros em segunda mão.
Gostava, sim.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Criatividade
Quando liguei o televisor, pareceu-me ouvir qualquer coisa como "alugar o Mourinho", "salvar a selecção", "o Real não está de acordo com o empréstimo"...
Será possível? Eu já apanhei a notícia a meio, mas percebi que a Federação Nacional de Futebol achou que o José Mourinho, qual D. Sebastião saído da panóplia dos seus sucessos, poderia, nuns dias, treinar a selecção, salvá-la do lamaçal em que está e, de varinha mágica na mão, fazer o milagre de apurar a equipa.
Pois...
Eu ando muito cansada.
Estou a imaginar toda esta história.
sábado, 11 de setembro de 2010
Tonterias
Quando acho que falhei, como mulher, como mãe, como filha, como profissional, em tudo, vá, obrigo-me a pensar nos que têm doenças terminais, nos que não têm família, nos que não têm casa, nos que têm realmente problemas graves. E apercebo-me da mesquinhez dos meus pensamentos. E concluo que estou realmente a ser parva. Sinto-me menos mal. Mas não me sinto bem.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Recomeço
Hoje, a minha escola parecia as repartições de finanças, quando só se entregava o IRS em formato de papel, no final do prazo. Foi um corre-corre de gente a apresentar-se, a querer conhecer os horários, a contar das férias, a lamentar mais um recomeço... Mas foi bom rever os velhos colegas, conhecer os novos e reparar no seu afã a copiar os compromissos das informações afixadas.
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