Apetecia-nos um café e, como estávamos no aeroporto de Gatwick para a viagem de volta a casa, com as respetivas malas, eu fiquei sentadita numa das poucas mesa com alguns lugares vagos, enquanto a cria mais nova e a F. foram buscar as bebidas.
Na mesa, estavam também sentados um jovem com uns daqueles auscultadores modernaços, teclando energicamente num tablet e uma senhora, que escrevia primitivamente num caderno de apontamentos. E elas lá chegaram com os cafés, que bebemos tagarelando, a recordar os bons momentos recentes. Às tantas a F. precisou de abrir a sua mala e, no seu inglês tímido, afrancesado e hesitante, perguntou à senhora, apontando para o lugar vago entre as duas:
- Can I put this here?
- Pode. - respondeu ela sorrindo.
Eu e a cria explodimos numa risota e a F. só olhava para nós e para a senhora, alternadamente.
- O que foi? O que disse não estava bem? Como é que se diz?
Quando lhe explicámos que "pode" era a resposta ao seu pedido, mas dita em português, facto que ela ainda não tinha entendido, foi a vez dela se rir a bandeiras despregadas.
Querida F.!
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