domingo, 28 de dezembro de 2008

Infelicidade

Não, não vou falar de Natal, nem de neura (até me portei bem, este ano...), nem de remorsos de ter comido demais...
Tenho uma amiga, que conheci porque ela é casada com um ex-amigo do meu ex-marido (tenho sempre uma certa dificuldade em chamar-lhe "marido", ainda que seja ex, mas enfim...) e de quem gosto muito, que me dá a certeza do meu estado de graça. Passo a explicar. O tal ex-amigo do outro, e marido da minha amiga, tem uma doença do foro neurológico que, apesar dos seus cinquenta anos, lhe envelheceu o cérebro e o impede, por exemplo, de se recordar se almoçou ou não. Para além disso, tem diabetes e esquizofrenia, que o faz ter algumas atitudes mais violentas. A minha amiga sempre cuidou dele e dos pais dele, que faleceram há pouco tempo. Recentemente, a mãe dela foi operada à vesícula e a pobre da minha amiga nem tinha tempo para ir falar com o operador da mãe ao hospital, porque tinha de trabalhar, sendo ela o único sustento da casa. O filho, estudante universitário em Lisboa, pouca disponibilidade tem para apoiar a mãe e a irmã, menina doce, de treze anos, que recusa afastar-se da mãe porque a sente amargurada e infeliz. A cereja no cimo do bolo foi o internamento compulsivo do marido, que coincidiu com o pós-operatório da mãe, num hospital psiquiátrico da capital, devido a uma crise de esquizofrenia violenta...
E ainda há alturas em que me sinto infeliz!

Sem comentários: