domingo, 30 de janeiro de 2011

Objectivo

Filhas ausentes. Que fazer com este silêncio? Hum, já sei, vou comer bolo.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A não perder

Não parei até terminar a leitura de Marina, de Carlos Ruiz Zafón. Intensíssimo! A não perder! Ainda não decidi qual dos três livros, publicados em Portugal, deste autor, é o meu preferido.
Um cheirinho:
"O tempo faz ao corpo o que a estupidez faz à alma, apodrece-o."
"A verdade não se encontra. Ela encontra-nos a nós."

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Citação

Acordo de noite subitamente.
E o meu relógio ocupa a noite toda.
Não sinto a Natureza lá fora,
O meu quarto é uma coisa escura com paredes vagamente brancas.
Lá fora há um sossego como se nada existisse.
Só o relógio prossegue o seu ruído.
E esta pequena coisa de engrenagens que está em cima da minha mesa
Abafa toda a existência da terra e do céu...
Quase que me perco a pensar o que isto significa,
Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca,
Porque a única coisa que o meu relógio simboliza ou significa
É a curiosa sensação de encher a noite enorme
Com a sua pequenez...

sábado, 22 de janeiro de 2011

Ups!

Ah, é verdade, amanhã há eleições. "Bora" lá votar!

Dantes...

Quando eu era pequenita, não havia pré-escolar. Então, era na rua, com os amigos, que nós desenvolvíamos as nossas capacidades. Ainda na minha terra, de onde saí com 8 anos, brincávamos na rua e trepávamos às árvores, chupávamos ervas azedas e comíamos amoras. A minha amiga C. tem 2 irmãos e morava do outro lado da minha rua. Estávamos quase sempre juntos, rapazes contra raparigas, até porque, na escola primária, os sexos não se misturavam e havia uma sala para as meninas e outra para os meninos. No recreio, trocávamos picardias por cima do muro, mas íamos para casa todos juntos, na galhofa. E era tão bom!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Boa notícia

Afinal, os brócolos não tinham falecido completamente e ainda se salvaram alguns. Bem, foi um salvamento relativo, porque acabaram ferventes na minha panela.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Foi só um bocadinho, mas foi tão bom!

Hoje dei um bocadinho de uma aula. Uma colega sentiu-se indisposta e já tinha acontecido eu substituí-la, quando são aulas de 9.º ano. E lá fui eu abordar o "Consílio dos Deuses", procurando transmitir aos alunos a minha paixão pel' Os Lusíadas. Falei dos deuses nossos amigos, de Baco, o mauzão que atormentou os portugueses, da importância deste plano narrativo na obra, da incongruência que é a publicação desta epopeia em plena inquisição... E fui feliz. Depois, não resisti e publiquei a minha felicidade no Facebook e uma aluna de há 17 anos e outra, que estava presente na aula de hoje, comentaram e puseram-me a chorar. E sou feliz porque acredito que nasci para isto, com todos os prós e todos os contras inerentes à minha profissão.

Mein Gott!

Estive arrolada como testemunha e, por isso, tive de permanecer por duas horas no Tribunal de Família e Menores de Vila Franca de Xira. Um tribunal nunca é um local onde acontecem, por norma, coisas agradáveis, mas as valências deste devem ser das mais desagradáveis do mundo e arredores. Na sala de espera, estava uma família, que aguardava a audiência que ia decidir o futuro das suas 2 filhas. O pai, encostado à parede, estava cabisbaixo e discreto; a mãe era a versão balofa das filhas: a que aparentava 12, 13 anos era a mais atrevida, refilona e insolente, a outra de 16 resmungava e praguejava, ao mesmo tempo que dava de mamar ao filho de poucos meses. Ainda por lá cirandava um menino de 4, 5 anos, simpático e sorridente que se metia com todos; era o irmão mais novo. Pelo que percebi através dos impropérios que diziam depois da audiência e na presença de dois polícias que, entretanto, foram chamados, a irmã mais nova não conseguiu a transferência para uma instituição mais perto de Lisboa, para junto da família, de que tinha sido retirada. A mais velha não queria ir para a instituição onde poderia estudar e aprender a cuidar do filho.
É tão sã, normal e feliz a minha família!

domingo, 16 de janeiro de 2011

sábado, 15 de janeiro de 2011

Adormecida

Ontem, foi tão agastante o dia, deixou-me tão cansada que dormi 12 horas, feito que não conseguia já nem me lembro desde quando!

Não compreendo

Quando hoje vi a minha filha mais velha, toda empapoilada, de vestido novo e cuidadosamente maquilhada, fiquei muito orgulhosa, mas também ansiosa pelo facto de uma moça tão bonita ser tão desconfiada e insegura.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Os brócolos não sabem nadar

Já estava eu com o meu dente vampiresco afiadíssimo para uns brocolozinhos salteados (iguaria que adoro!), quando pedi o meu pai para mos ir colher à horta. Para espanto meu, fui informada pelo meu progenitor que, devido ao excesso de chuva, eles tinham amarelecido e faleceram. Bolas! Para a próxima, tentaremos uma plantação de arroz!

domingo, 9 de janeiro de 2011

É assim

Há 8 dias, o meu primo N. passou cá por casa. Almoçou connosco, estivemos em amena cavaqueira com os meus pais, relembrando factos da nossa infância e pessoas muito queridas que já não estão entre nós. O N. é meu primo em 3.º grau, com os nossos filhos, perde-se o grau de parentesco, mas a amizade que nos une é tranquila e permanente. Já eu não morava na minha terra, quando começámos a conhecer-nos melhor e a gostar da companhia um do outro. Ele entrava nas marchas populares, que nesse ano foram muito animadas. O bairrismo, nesta altura, é levado ao extremo e as pessoas chegam a cortar relações para defenderem o protagonismo da sua marcha. Eu torcia por várias, pela do bairro do meu primo, pela do bairro onde morei e pela do bairro de um namorado que tinha na altura. Ia aos ensaios das três e, na competição que decorria na praça de toiros, gritava pelas três igualmente, o que era estranho para as claques de cada uma. Mas esse ano louco, em que passei as férias em casa da minha querida tia M., foi o toque mágico para que a minha amizade com o meu primo N. crescesse e se tornasse sólida até hoje.

De verdade

Sempre me lembro de frequentar as praias do litoral alentejano. O meu primeiro aniversário foi passado na lagoa de Santo André e a minha mãe conta, embevecida, que, enfiada numa bóia com um patinho, atravessava a lagoa com os meus pais a meu lado. Seguiu-se a Comporta, a minha praia, mas, durante uns 2 anos, fizemos um intervalo e acampámos na Praia da Areia Branca. Foi lá, no parque de campismo, que conheci um grupo de 5 alemães, dos quais fiquei amiga até hoje. Quando estive na Alemanha, há 25 anos atrás (Credo! Tantos?!), visitaram-me em casa da minha tia, em Wuppertal e também estiveram em minha casa por várias vezes, já em Portugal. Com um deles, o H., o meu preferido, ainda me correspondo por e-mail e vamos dando notícias das nossas vidas, tão diferentes de então. É bom!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Citação

Amostra sem valor
António Gedeão

Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.

Home sweet home

Os últimos tempos têm sido tão intensos profissionalmente, que nem me apetece sair de casa. Como só desfruto de meu lar à noite, quando o fim-de-semana chega, apetece-me é jiboiar no meu sofá, fazer quase nada, ler um pouco, navegar na net, mas sair não. Também sinto falta de visitar um museu ou outro, assistir a uma peça de teatro, mas nada disso vem cá a casa!
Pode ser que, quando o tempo melhorar, novos valores se alevantem.

Opostos

A filha mais nova foi para a gandaia com as amigas. Está uma gandaieira, a minha cria! A mais velha também tem as suas escapadelas, mas é só com o namorado; nunca foi uma miúda de grandes amizades e, se não sair com o amor ou comigo, habitualmente não sai. Já a mais nova... Quer é festa! Abençoados 16 anos e 9 meses!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Abelhinhas

Quem nos visse hoje, eu, a Q., a T. e a S. azafamadas no refeitório da minha escola, a levar tabuleiros, descascar fruta, cortar a comida em pedacinhos e a ralhar com os meninos do 1.º ciclo, julgar-nos-ia abelhinhas a cuidar da colmeia! Consequência do cancelamento dos contratos das Assistentes Operacionais, mediante directrizes da tutela e a morosidade da colocação de outros a concurso foi esta canseira, sabe o altíssimo até quando. Nada habituada a lidar com crianças desta faixa etária, ralhava com eles utilizando a ironia costumeira aos meus alunos. Era ver os olhos arregalados da menina que não queria comer a sopa e a quem recomendei que o fizesse porque a tornaria grande, fazendo-lhe também crescer as maminhas. Aos meninos, mandava sentar e ficar quietinhos... sem respirar. Olhavam para mim surpreendidos de tal forma que sossegavam mesmo!

Citação

Quando eu nasci,
José Régio

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

P'ra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Mais um reencontro fantástico!

Quero salientar que o último Natal, para além de péssimo, teve a virtude de me proporcionar o reencontro com o F., amigo com quem já não estava há 23 anos! A última vez que tínhamos estado juntos foi no dia do meu casamento. Depois, e apesar de ele já ter vindo a Portugal mais vezes, nunca mais nos tínhamos visto. Os 23 anos notam-se na nossa antiguidade física, mas diluem-se no abraço forte e no prazer do reencontro. Foi muito bom!

Sem título

Cada vez mais as "férias" são interrupções lectivas. Com todos de volta à escola, o trabalho acumula-se na minha secretária e não tenho sossego para concluir uma tarefa. O ano novo lá chegou, com o ritmo de sempre, atafulhado de comida, vagueando pelos sms e pelos mails de amigos e conhecidos. Por norma, não gosto de anos ímpares, mas este, apesar da conjuntura social, das políticas de austeridade e dos problemas/desafios diários, tem bom ar. Não sei, dá-me ideia que me vai correr bem.