Estive arrolada como testemunha e, por isso, tive de permanecer por duas horas no Tribunal de Família e Menores de Vila Franca de Xira. Um tribunal nunca é um local onde acontecem, por norma, coisas agradáveis, mas as valências deste devem ser das mais desagradáveis do mundo e arredores. Na sala de espera, estava uma família, que aguardava a audiência que ia decidir o futuro das suas 2 filhas. O pai, encostado à parede, estava cabisbaixo e discreto; a mãe era a versão balofa das filhas: a que aparentava 12, 13 anos era a mais atrevida, refilona e insolente, a outra de 16 resmungava e praguejava, ao mesmo tempo que dava de mamar ao filho de poucos meses. Ainda por lá cirandava um menino de 4, 5 anos, simpático e sorridente que se metia com todos; era o irmão mais novo. Pelo que percebi através dos impropérios que diziam depois da audiência e na presença de dois polícias que, entretanto, foram chamados, a irmã mais nova não conseguiu a transferência para uma instituição mais perto de Lisboa, para junto da família, de que tinha sido retirada. A mais velha não queria ir para a instituição onde poderia estudar e aprender a cuidar do filho.
É tão sã, normal e feliz a minha família!
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