quarta-feira, 30 de abril de 2014

Tenho que aqui estar

Reunião de departamento: enquanto alguém toma a palavra, uns murmuram; outros abanam a cabeça; há mesmo alguns que trocam risadinhas...
E é isto.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Inês de Castro

Realmente, as turmas são tão diferentes umas das outras...
Hoje, numa das aulas de conclusão da análise do episódio de "Inês de Castro", d' Os Lusíadas, dei por mim a visualizar a imagem literal de "No colo de alabastro, que sustinha/ As obras com que Amor matou de amores/ Aquele que despois a fez rainha" e largo-me a rir. Os miúdos, porque não perceberam o motivo do meu riso, ficaram mudos e quedos, a olhar para mim, congeminando, certamente, se eu seria efetivamente doida ou apenas louca... 
Tive de parar, pedir desculpa e rir apenas com o pensamento.
Se tivesse acontecido na turma que tive a seguir, eles ririam também, compreenderiam e só me achariam uma setora de imaginação fértil!

domingo, 27 de abril de 2014

Aniversário importante

Hoje, uma moça, que eu prezo e em quem eu considero que consegui semear um restinho de mim, faz anos.
Deixo-lhe
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada coisa a Lua toda
Brilha, porque alta vive.
a
Ricardo Reis (heterónimo de Fernando Pessoa)

Beijo grande, minha R!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Uma gaivota voava voava...



E, nesta época, do alto dos meus 9 anos, achava extraordinário o clima de euforia que se vivia e cantava esta gaivota, que sabia de cor, sem nunca me aperceber que um punhado de homens bons me estava proporcionar o maior de todos os bens: a liberdade.
Viva o 25 de Abril!

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Mixórdia de Temáticas - 23-04-2014 (Vamos evitar certos esfregares)



Nem de propósito! No outro dia, num supermercado, chega uma jeitosa atrás de mim, repleta de compras nos braços e começa a depositá-las no tapete da caixa, antes de eu ter tempo/espaço para pôr as minhas. Comecei por olhá-la de atravesso e, como não se mancou, pedi-lhe que esperasse, que ainda tinha coisas para pôr no tapete e que eu não queria incomodar a senhora que estava à minha frente.
- Olha! E não tem espaço? Isto agora vai para a frente! Armada em arrogante! Gosto mesmo de gente arrogante!
Como lhe pedi para ter calma que não a estava a insultar, estávamos só a conversar, replicou:
- Parece mentira! Armada em arrogante! Eu é que sou uma pessoa calma! Só visto!

terça-feira, 22 de abril de 2014

Privilégios

Ah, de volta à rotina ocupada!... Sim, porque também temos a nossa rotina desocupada. Estou a pensar em qual delas prefiro... Este ano, gosto igualmente das duas. E isto é maravilhoso! Não ir contrariada para a escola, pensar em tarefas que lhes desenvolvam competências e os motivem para a aprendizagem, vê-los questionar o que lhes dizemos, levá-los a admirar Camões, Pessoa, Eça...
Foi preciso não ter tudo isto para comprovar que "isto" é o que quero fazer no meu "para sempre"! 

domingo, 20 de abril de 2014

As mulheres do Alentejo sofrem de pé

Quando estive com uma prima, afastada mas cara, a semana passada, comentei com ela que, aquando do funeral da sua mãe o ano transacto, me impressionou bastante algo que presenciei no cemitério. 
Contei-lhe, então, que estive mesmo para ir junto dela, passar-lhe o braço por cima dos ombros, quando estávamos junto da cova da mãe dela e a vi só, a engolir as lágrimas, torcendo o lenço abandonado nos dedos das mãos. O marido estava ao portão do cemitério e o pai - que nunca viveu com ela nem a acompanhou em momento algum, mas fez questão de ir ao funeral da ex-mulher - encontrava-se uns metros atrás, comentando algo, num tom de voz que rondava o incómodo para aquela situação. Como é filha única e a sua única filha tinha partido para França havia pouco tempo e estava grávida de uns bons meses, pelo que não pôde comparecer no funeral da avó, esta minha prima pareceu-me ali, naquele instante, o próprio rosto da solidão e já me dirigia a ela, quando uma tia, mulher de um seu tio, que vive no norte e raramente a vê, a enlaçou também e lhe murmurou palavras de consolo ao ouvido. 
Fiquei muda e queda. Aquela tia, decerto tão afastada como eu, sentindo também, contudo, tal como eu o seu desamparo, fez o que os seus mais próximos não ousaram fazer. Talvez porque são homens. Talvez porque ela mostrava uma conformação absurdamente banal. 
Quando lhe referi, a semana passada, tudo isto, olhou-me com olhos surpresos, pensou um pouco, depois de os baixar para as os dedos das mãos cruzadas e disse:
-Ah, isso não teve importância nenhuma...

sábado, 19 de abril de 2014

Há dias assim

Sendo uma época festiva, apetece-me ... festa!
Sem fundos, limito-me a ... caminhar com a caganita...
Oh, pobreza!
Sendo uma época festiva, apetece-me ... comidas calóricas e doces, muiiiitos doces!
Com gordurinhas acumuladas desde há várias semanas, limito-me à loucura de metades de broas que trouxe das Alcáçovas...
Oh, obesidade!

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sexta-feira nada santa

Esta sexta-feira farrusca foi usada para umas limpezinhas - da viatura e do lar, para cozinhados, leituras, caminhadas...
Neste dia "do senhor", empenhei-me nas coisas da minha senhoria!
HEREGE!

quarta-feira, 16 de abril de 2014

E é amar-te assim





Alcáçovas do Alentejo

terça-feira, 15 de abril de 2014

Vale mesmo sempre a pena

E hoje foi aqui, com a caganita.

domingo, 13 de abril de 2014

Toujours la musique!

Tive, ontem, acesso a um serão único, que juntou o maestro António Vitorino de Almeida com um dos meus mais talentosos antigos alunos e alguns dos atuais.
O pretexto foi a entrega de um prémio e os órgãos autárquicos convidaram, então, o simpático, experiente e bem humorado maestro para abrilhantar a noite.
O alinhamento do espétaculo foi totalmente subvertido quando o ilustre convidado concordou em comentar a atuação do Dinis Alemão, animando o jovem estudante de música, que nos deliciou com alguns temas ao piano. Seguidamente, o maestro dirigiu, inesperadamente, o último trecho tocado pela escola de música da localidade. E ficou tão empolgado que "arrumou" os jovens músicos em palco para os acompanhar ao piano no mesmo tema!
O serão terminou com duas interpretações do maestro, improvisos sublimes, que até nos fazem acreditar que tocar piano será "a peace of cake"!




sábado, 12 de abril de 2014

O que faz falta

Há muito viço nos nossos campos. Aqui e ali, algumas flores, margaridas, tremocilha, mas nada de papoilas...
Faz falta uma papoilhinha para pintar de alegria a campina!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Primavera


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Principal causador do aumento das minhas ancas nos últimos tempos

Quando estive na Feira do Porco Preto, em Ourique, a C. também se juntou a nós em casa dos queridos V. e A. Ora, a C. é uma marafada de Olhão e fez-se acompanhar por um divino folar de folha, acepipe típico da sua terra e que eu desconhecia. 
Pois bem, o folar de folha é, para além de uma extraordinária iguaria, uma bomba hipercalórica que contribuiu enormemente para a "roliçagem" dos meus membros inferiores.
Foi esse bolo (sim, o folar de folha está acessível à gula de todos os mortais em qualquer Continente!) que eu escolhi levar para a minha reunião de avaliação, hoje. Todos adoraram, claro!
Eu? Penisquei umas migalhitas apenas e convenci quase todos do seu doce veneno!...

terça-feira, 8 de abril de 2014

Apesar de tudo...

... é um privilégio estar a trabalhar, poder ver brilhar pela janela

e ouvir os chilreios dos passarocos por entre


segunda-feira, 7 de abril de 2014

Modo: reuniões de avaliação

E, porque algumas diretoras de turma (só elas, os homens nunca!) compreendem a nossa "falta da carência", fazem-se acompanhar de gulodices típicas da quadra festiva, para as reuniões a que presidem. Como não quero, de modo nenhum, parecer indelicada, "obrigo-me" a papar todas as amêndoazinhas, todos os pedacinhos de folar, enfim, tudo aquilo que contribui, de forma inequívoca, para o aumento das minhas ancas.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Remanso

E cá estou eu, em processo de reflexão das avaliações de final de período. 
Pior do que corrigir testes, só mesmo avaliar...

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Ah!

Finalmente o início do sol!
Caminhei, de novo, ao fim da tarde. Rasguei a luz, senti-a roçar-me, tímida, trémula ainda.
A obstinação da chuva resultou numa natureza exuberante e dei por mim aturdida com os pontinhos coloridos das flores silvestres, que insistem em brotar por entre o viço dos verdes.
Deambular, observando a lezíria, é um privilégio que me assiste e que vou aproveitar até ao tutano!


quarta-feira, 2 de abril de 2014

Insólitos do Ribatejo

E dizia hoje o cardiologista aonde fui com a minha mãe e que fazia duas dela, em largura:
- Pois... A senhora tem de emagrecer.

terça-feira, 1 de abril de 2014

A alegria pode ser difusa


C'est pas possible!

Na sexta-feira, no estacionamento do Continente, bateram-me no carro. Nada de grave e foi mesmo quando eu estava a chegar com o carrinho das compras. Foi um emigrante, senhor já de alguma idade (oh, apercebi-me, agora, que me aproximo desta fase da vida a passos largos!Falarão de mim, assim, com esta benevolência daqui por 10, 15 anos?), que saiu de dentro de um Audi todo o terreno, de matrícula francesa. Ele só parou de bater no meu carro porque eu gritei, mas, levando as mãos à cabeça, insistia em dizer, andando em círculos e apalpando a riscadela no para-choques da minha viatura:
- Cést pas possible!
Claro que era "possible"! Estavam lá, os belos dos riscos!
E ele vá de fazer festinhas no seu Audi bombaça, acompanhadas de muitos "cést pas possible!". Até que rematou assim:
- Olhe que o seu carro, minha senhora, é mais rijo do que o meu!
Afinal, o "cést pas possible!" era a incredulidade perante este facto...

Queria estar de abalada

Esta altura do ano é, para mim, muito intensa.
Não é porque:
- está a chover - chove há meses; por isso, nada de novo;
- se aproxima a Páscoa - sou agnóstica e nem se come tão bem nem tanto como no Natal;
- estamos na primavera - até tenho rinite, mas passo mais de 10 minutos sem espirrar.
A intensidade da época, em mim, deve-se a:
- aniversário das filhas com apenas 5 dias de intervalo - 'tá bem que já não organizo as festinhas para todos os meninos da sala de aula, porém é-me difícil não stressar com o passado! Afinal, faz anos que fui mãe, tarefa mais árdua de desempenhar que conheço;
- final de período letivo - só quem é professor percebe. Só quem é professor de português percebe. Só quem é professor de português e diretor de turma percebe!
- fingi durante 2 fins-de-semana que podia não fazer nada para a escola e passeei - erro crasso!  Só quem é professor de português e diretor de turma percebe!
Reformulação da adjetivação inicial: esta altura do ano é, para mim, impossível!
Como dizem lá no meu Alentejo: só me apetece abalar daqui para fora!