Vivemos tempos desafiantes e semelhantes aos de uma catástrofe natural. Já morreu muita gente, já não temos connosco familiares, amigos, conhecidos. São muitos milhares de mortos e a desorientação dos vivos não ajuda a mitigar os estragos desta pandemia. Aliadas do medo, temos a revolta, a inquietação e o ser humano está a perder, a uma velocidade estonteante, as características que nos distinguiam dos animais.
Que vida é esta para os idosos? Eu vejo o meu pai, receoso, fechado e sem conviver com os seus amigos, também eles já idosos, como sempre fez, depois do desgaste de cuidar da minha mãe doente e do desgosto da sua perda.
Que vida é esta para as crianças? Os parques infantis estão interditos; não podem brincar com os amigos, jogar à bola, brigar, abraçar...
Que vida é esta para os jovens? Época da vida em que se descobre o amor, se integra num grupo, se vai a festas, se faz disparates, se distinguem e interiorizam os valores...
O mundo, como o conhecíamos, não voltará. Pelo menos, enquanto eu viver.
Mas o planeta cá estará. Connosco ou sem "nosco", com valores diferentes e formas de (sobre)viver diferentes. Se o Homem não conseguir destruí-lo, o mundo continuará a girar sobre si próprio, o sol continuará a nascer e a iluminar o nosso dia.
Imagem Pinterest
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