quinta-feira, 23 de abril de 2020

Dia Mundial do Livro, o possível

Quando eu era miúda, há muitíssimo tempo atrás, não tinha livros em casa. Os meus pais têm ambos a 4.ª classe e nunca lhes deram valor (apesar de valorizarem o conhecimento...). Então, eu ia buscar livros emprestados a um pólo itinerante da biblioteca da Gulbenkian que existia na minha terra. Comecei a ser freguesa da biblioteca mal aprendi a ler. Aliás, acho que aprendi a ler para poder lá ir requisitar livros...  
Depois, a vida começou a ficar mais desafogada e já nos era possível comprar livros na terra para onde fomos morar, tinha eu 8 anos. Não podíamos comprar muitos, mas os amigos emprestavam uns aos outros (juntamente com os discos, eram uma forma excelente de nos visitarmos - Ó mãe, vou ali a casa da Gina levar este livro que ela me emprestou! Uma vez, zanguei-me com o namorado, deixei-o a falar sozinho e fui para  casa. A desculpa que ele arranjou para me lá ir bater à porta sem que a minha mãe desconfiasse, foi fingir que me ia emprestar uns discos!... Isto foi há mil anos atrás, bem entendido...). 
Também há mil anos atrás, passei a comprar livros em segunda mão, numa barbearia que era dois em um, tratava de barbas e cabelos e vendia-nos os livros a preços simpáticos. Nessa altura, papei de tudo, desde os clássicos aos livros de cowboys e romances de amor!
Não consigo quantificar o número de livros que já li; tampouco consigo imaginar quantos ainda gostaria de ter lido.
Se eu podia viver sem livros? Não, não podia!
Vivam os livros, os escritores e quem os ama!


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