Só assim

Hoje, não vou desejar nada, vou acreditar.

Citação

RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
                                  Carlos Drummond de Andrade

A gula

Ao passar pelo arroz adoce, pelos bolos, pelas broas sobrantes e nicar um pedacinho, tomo consciência da minha fraqueza...

Desejo

Só por causa da minha caganita que ama o Natal, queria muito ser natalina um pouco só que fosse...

Uf! Uf! Uf!

 E o Natal está quase, quase a acabar!...

Livros

Gosto de namorar livros. Seja antes ou depois de os comprar. Observo a capa, leio a contracapa, voltando a fechá-los. Poiso-os. Quando lhes pego outra vez, já leio um bocadinho do primeiro e decisivo parágrafo que me amarra. Ou não. 

Mas (sempre) não

Há pouco, à mesa obrigatória de Natal, zappingávamos em busca "do programa" e, dependendo de cada um, ninguém queria ver nada do "gosto" dos outros. Até que a caganita descobriu circo, que nos impingiu com um "a minha avó gosta muito de circo!".

Dei por mim a olhar para o relógio, na parede em frente, desejando que o ponteiro grande, excecionalmente, se apressasse para o circo acabar. Ao mesmo tempo adivinhava, palavra por palavra, os comentários apreciadores da minha mãe:

- Este circo tem coisas de admiração! Tchi, nem sei como eles conseguem fazer aquilo! 

Senti-me mal. Queria muito gostar de ver circo com a minha mãe; queria muito não adivinhar com tédio os comentários que ela faz sempre; queria muito que o espírito da quadra natalina entrasse comigo e eu me sentisse feliz. Mas não.

Felicidade

Gosto quando posso ficar numa esplanada, só, gozando um chá de camomila, namorando livros, observando gente. 

Como manteiga

Olhando para as chamas da lareira, derreto safados desgostos. 

Não vale a pena

Decidi tomar colheradas de ceticismo suficientes para afogar os sonhos.

Insólitos

Dei por mim preocupada por não ter nada da escola que me preocupe...

Schoene Dinge

Passei o primeiro dia deste inverno cirandando para aquecer, carregando lenha para desfrutar do quentinho da lareira. Afinal, tem de haver alguma coisa boazita nesta estação!

iupi!

Estou prazenteiramente a interromper todas as atividades escolares!

Ena!

Cinco mulheres, juntas no coração e no gosto pela deleitosa comida dos "Lolés", pusemos em dia os afetos e as críticas ao outro sexo, aproveitando o facto de a L. ser uma estudiosa da líbido masculina e fazer afirmações bombásticas. 

A minha preferida foi: "os homens sentem-se desconfortáveis quando veem manifestações homossexuais masculinas porque receiam manifestar excitação e que a sua orientação sexual seja colocada em causa". Eu até acrescentaria: "por eles próprios". 

E acredito piamente.

Ausência de vontade

E quando alguém que eu quero muito ver me pede para "arranjar um pretexto", eu percebo que o reencontro depende apenas da vontade...

Citação

E fica aqui este, que bateu com força, quando ele o leu

Desmantelamento de um rio

Arranco os autocolantes da parede do quarto do nosso filho,
como se a faca eléctrica da cozinha me atravessasse o braço.
Sou eu que apago os seus desenhos na parede. Não são riscos,
são desenhos. Há lápis de cera espalhados e partidos pelo chão.
Depois de nós, esta morada terá outros nomes e chegarão cartas
pacientes à caixa do correio. Agora, são impossíveis de imaginar,
como o nosso ontem será impossível de imaginar. Foi aos poucos
que ficou apenas o sofá e as recusas e os armários esventrados.
Foi muito demoradamente que chegaram as noites em que durmo
no sofá, sob um cobertor oferecido pela minha mãe ou pela tua.
Por fim, tenho tempo para habituar os olhos às sombras e avaliar
a devastação, acordar com o frio da madrugada, o esquecimento,
e assistir àquela hora azul em que já não é de noite, mas em que
ainda falta tanto para ser de dia. Despejo no fundo de um saco
tudo o que está naquela gaveta que nunca ninguém arrumou.
À minha volta, há caixotes que servem para guardar os livros,
já estão divididos. Escolho o lugar para pousar os pés. Fizemos
coisas nesta sala vazia, tivemos pensamentos, aprendemos
alfabetos. Resta-me agora o que sempre tive e, como se caísse
desamparado na banheira, prossigo e continuo o meu trabalho,
como se batesse com a cabeça na esquina de uma gaveta,
prossigo e continuo o meu trabalho.

José Luís Peixoto, in Gaveta de Papéis

Mas vou ler

Acabei de conhecer José Luís Peixoto. Tem sentido de humor, humildade e um discurso interessante. Ainda não li nada dele, à exceção das crónicas da "Visão".

Mas vou ler.

A máquina de fazer espanhóis

O melhor livro que li nos últimos 10 anos. Terno, intenso, ressoa no coração.

Endlich!

Acabei, agora mesmo, de preencher as grelhas de avaliação dos alunos.

Estou que nem posso das cruzes, mas sou uma mulher feliz! 

...

E, infelizmente, como a caganita não está em casa, visto que foi para casa do progenitor porque é mais cómodo para ir para a faculdade, não tenho árvore de Natal!

E é isto!

Confesso que, dantes, por esta altura, já eu estaria duplamente neurótica: aproxima-se mais um momento de avaliação dos alunos e estamos quase a chegar ao Natal.

Sendo 2 das coisas que mais abomino no mundo, à primeira, respondo com uma grelha Excel (alinhavada pela cria mais nova e alindada por uma colega especialista) que me permite retirar o máximo de subjetividade e provar aos alunos a justiça da minha apreciação; à segunda, observo a data por outro ponto de vista - assim que chegar o natal, só haverá outro para o ano! 

Ho, ho, ho!

1986

BRRRRRRRRR!

Não, não moro na Serra da Estrela.

Hoje

... é o primeiro dia do resto da minha vida.

Não queria...

Hoje, chorei na sala de aula. 

E não por nada que foi dito, nem por nada que foi feito. Foi pela ausência. De generosidade, de confiança.

Harmonia

Pedi aos alunos um texto de opinião em que , entre outras coisas, definissem "harmonia". 

Fui surpreendida pelo arrojo de alguns trabalhos e pela singeleza de outros, mas houve um que me emocionou: o miúdo referiu a serenidade. E, sim, para mim, neste momento é a serenidade que me falta para me sentir em harmonia com a minha vida. 

Casa de gaja, mesmo!

Comprei na "Casa" duas dessas placas de lata modernaças, com uns dizeres em inglês e uma refere, então, o seguinte: 

"os homens também têm sentimentos, mas quem é que se rala?" 

Só que está tudo em inglês, que é muito mais trendy!

Acho que

... só nasci para ser filha e ser mãe.
Os outros cargos/papeis/atribuições femininos estão-me vedados.

La diva

Hoje, a enorme Maria Callas faz 90 anos. Sim, faz, as mulheres assim libertam-se da lei da morte!

Fases

Tenho andado um pouco arredia e de alma inflamada...

Queimadas

Há coisas na vida que deviam ser como o restolho, que é queimado para fertilizar a terra!

Quase

Como as folhas de um outono, assim tenho andado eu: rodopiando, girando, quase a tocar no chão.

Pouco outonal

Outubro traz-me muitas lembranças. É o mês da feira e de quando estávamos constantemente na ramboia, nas largadas de toiros. Mas também era quando começávamos as aulas, fosse antes ou já na faculdade - sim, que esta modernice de começar as aulas em setembro apenas apanhou o meu período docente! 

É o mês das castanhas e dantes eu comia muitas, sem receios dos "danos colaterais". 

Associo outubro ao início; funciono por anos letivos e, para mim, este é um mês de começos, de recomeços, por vezes. É a minha "primavera" profissional.

Odores

A minha casa cheira  bafio. E o meu quintal também.
Ah, esse é também o cheiro lá das salas de aula.
... e da minha alma também, tal é já a fartura de chuva!

Tudo de bom para a minha C.

E parabéns à minha C., a mais bonita e fantástica nova "veriadeira" do meu concelho! Fará, como sempre, um excelente trabalho e a sua ausência será, por isso, reconfortante!

Folguemos!

E assim, agora, intrevalarei da atividade política!

Após o dia de ontem, sabendo que a posição em que concorri implicaria uma não eleição, preparei-me para "descansar".

Para o partido que me apoiava, não foram eleições fáceis. O povão penalizou o partido do governo e de 2.ª força política, passámos a 3.ª

Não me entristeceu perder para a CDU; era uma inevitabilidade. Agastou-me ficar abaixo do PS que, certamente, incluiu nas suas listas pessoas com qualidades, mas que, na minha opinião, apostou em gente com a qual não me identifico. 

Retratos do país que temos!

Estou, oficialmente, de folga política.

De volta

E já tenho horário, recheado de alunos novos e "velhos" para este ano letivo. Serão novos desafios, situações previstas e inusitadas, arrelias, muito trabalho e alegrias. 

Mas é mesmo muito bom!...

Irei

...lambuzar-me da minha praia e da minha terra, como se não houvesse amanhã.

Vou respirar o Alentejo e sentir-me feliz!

Passaram 25 anos

Há 25 anos atrás, ardia o Chiado e o meu corpo incendiava-se na gestação da minha primeira filha, deixando-me enjoada grande parte do dia. 

Estava em Odemira, de férias, e agastou-me esta catástrofe tão intensa e que resultou na destruição de uma das zonas mais bonitas de Lisboa. Mas a ação do fogo também pode ser reparadora e, neste instante, o Chiado reinventado rejubila de vida e animação.

E começa outro!

E pronto, já mais idosa, refiro aqui a ternura de que fui alvo e os mimos que me deram.

Obrigada!

Novíssima!

Hoje, estou 1 ano mais nova!

Dor de coração

Neste momento da minha vida, questiono os deuses sobre o que de errado eu fiz, nesta ou noutra vida. 

Há tarefas muito difíceis e temos de desempenhá-las a toda a hora, mesmo sem vontade, tampouco de forma hesitante. Podíamos, eventualmente, aprender com os exemplos dos que nos são próximos, mas, quando eles não nos satisfazem, agir com o coração é o mais imediato. E, depois, o coração dói porque a atitude não foi compreendida e verificamos que as pessoas que mais amamos não correspondem... 

Agastada ou não agastada, that's the question

Como as minhas agendas começam em setembro, agasta-me quando termino uma e ainda não tenho a nova. Assim, hoje, numa superfície comercial, comprei a "Agenda do Professor", publicação nova de uma editora, certamente para senhoras agastadas como eu.

E, em vez de ficar contente porque já não me vou agastar por não ter onde registar os compromissos, agastei-me porque já paira sobre mim a nuvem do próximo ano letivo...

Que tenho eu de forte?

Deparando-me com algumas atitudes de pessoas (?) com quem tenho de privar, concluo que, efetivamente, uma mulher forte amedronta!

Pluristatus

E cá estou eu, intervencionada, indolor e enjoada.
Consigo estar tantas coisas ao mesmo tempo!

Receios

E é já na terça-feira próxima que vou dar cabo delas!

Ou elas de mim...

"Unhal"

Quando atacamos a caminhada diária, já pelo ocaso, a cria + nova e eu, deparamo-nos há 2 noites com uma lua que, assim mal comparada, faz lembrar... uma unha!

Comporta

Dilema (ou "trilema", não sei...)

Quando vou vestir alguma peça guardada no meu roupeiro, ela está, geralmente, amarrotada. Então, pensei, pensei, pensei e concluí:

- tenho roupa a mais;

ou

- tenho roupeiro a menos.

Que soluções estariam à vista? Eliminar roupa? Comprar outro roupeiro? Rentabilizar algum já existente?

Hoje vou ao "Ikea" para me inspirar.

Fado

O meu fado é ser filha e mãe. Apenas.

Citação

(...)
Mas conquanto não pode haver desgosto 
Onde esperança falta, lá me esconde 
Amor um mal, que mata e não se vê. 

Que dias há que na alma me tem posto 
Um não sei quê, que nasce não sei onde; 
Vem não sei como; e dói não sei porquê. 

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

Olha, logo se vê!

E hoje são publicados os resultados dos exames dos meus meninos. Estou para ver! Foi o exame mais difícil desde 2005!

Não mereciam... 

Direi

Fui à minha faculdade, em formação, e calcorreei locais onde entrei pela primeira vez há 30 anos...

Há tanto para dizer...

E depois quero emagrecer!...

Certamente! - take 2

Filha mais velha:

- Ai aquela cadela é tão parva! É mesmo palonça! Nunca vai ser ninguém na vida!

Certamente!

- Estou cansada de ouvir a minha avó a ralhar com tudo e com todos! - dizia a filha mais velha - Ralha com as galinhas, com os cães, chama nomes às gatas... Se elas percebessem, nunca mais lhe falavam!

Incongruências

A minha avó paterna suicidou-se. Já lá vai muito tempo, mas, por mais anos que passem, não deixa de me impressionar o facto de ela ter feito um esforço sobre-humano para se deitar ao rio. Estava quase cega,  quase não se levantava da cama e, no entanto, arrastou-se no frio daquele crepúsculo de inverno até à margem do rio, cama onde se deitou para sempre.

Foi profundamente infeliz, esta minha avó. O seu marido, e meu avô, encarou aquela união como... Não consigo definir a sua relação. Ele não lhe falava, nunca o vi ter para com ela um gesto de carinho, não lhe dava dinheiro (éramos nós, netos e filhos, que o convencíamos a pagar-lhe uns óculos novos, uma consulta de especialidade, por exemplo) e, todavia, ela tinha o cuidado de colocar sempre, no seu lugar da mesa, o garfo de que ele gostava e aquele homem era o seu tema de conversa favorito.

Nunca entendi esta relação.

Assim como nunca entendi o facto de ele ter ensandecido depois da sua morte, esperando pela sua chegada, falando dela com uma necessidade urgente que nunca teve enquanto ela viveu. 

Mas quem será... o pai da criança

É o que soa no meu quarto, na minha cama, na minha almofada!
Ah, o arraial do principado!

Apre!

Quando começo a achar que não... sim, de novo!
????

Foto do primo

E venham troikas!

Fui buscar provas de exame para corrigir. Eu e outra colega.

No total foram 100 quilómetros que implicaram a deslocação de 2 docentes. Ambas trouxemos provas do mesmo nível de proficiência de Português Língua Não Materna. Ela trouxe 5 e eu... 2.

Como pode este país andar para a frente? 

Quase verdade

Sonhou-o a enlaçá-lo, quando ele estivesse sentado à secretária e a dar-lhe um beijo no pescoço. 

Quotidiano

E resvalo entre reuniões fingidas e relatórios finais, com mais ou menos imaginação, tentando uma satisfação possível.

Circunstancial

Por vezes, um conjunto de circunstâncias resulta em felicidade. E eu acredito que ainda me possa acontecer.

Outras vezes, um outro conjunto de circunstâncias resulta em desagradáveis mal-entendidos . E já me aconteceu.

Tristeza

É tão triste quando o mais interessante que tenho para escrever é que tenho uma nova "bola" no tendão, junto à omoplata direita...

Cheira bem...

E, agora, apetecia-me uma modernice: imagem com cheiro!

Aforismo

Se, à semelhança deste, todos os fins de semana fossem compostos por 4 dias, alcançaria a felicidade!

Feliz dia da criança

Consegui uma receita do mais ligth que há para cheesecake. Acabei de experimentar e lá bonito está, o magano!

 Hesito entre uma fatia e ficar com uma banhoca mais, mas sou fraquinha e... gorda! Portanto: ao ataque!

Mia Couto, vencedor do Prémio Camões 2013

«Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro» - Mia Couto

Recordações velhas

Quando alguém dizia "há 30 anos que...", eu pensava que seria trágico ter recordações que tais. Simultâneamente, acreditava que era bonito poder usufruir de tantas memórias. 

Agora, parece-me trágico não poder olhar para tão atrás e acho lindo poder fazê-lo com saudades e de sorriso nos lábios.  

Há 30 anos que ando para o ler...

Foi um ex-namorado que eu tive que era fã, mas aborrecia-me o facto de serem 4 livros. Ao ver a edição conjunta, rejubilei! Quando ganhei o prémio do concurso literário, pensei de mim "pra comim": vou comprá-lo com o cheque-prémio da livraria cá do burgo. Está em banho-maria, em cima da secretária no escritório para ler a seguir. E cada vez que lá passo, faço-lhe uma festinha.

Últimas

Pois que será amanhã a minha última aula observada. 

Cozinhei uma oficina de escrita tão lindinha! É que dá-me "mêmo" pica!

E ainda bem!

Nada "Esquecido"

Confesso que o que me motivou em primeiro lugar foi a proximidade da sala de cinema. Depois, o facto de ser protagonizado pelo Tom Cruise também pesou. 

Gostei de "Oblivion". Mudaria 2 coisas: o final, que me pareceu forçado e a falta de sorrisos do moço - sorriu apenas 1 vez e ele só tem o "mailindo" sorriso de Hollywood!

Fotografia e efeitos especiais interessantes também contribuem para um agradável momento cinéfilo.

Ah!

Ah, se eu pudesse despejar aqui meu coração!...

Diametralmente opostas?

Acho até que tenho algumas qualidades profissionais e um relativo sucesso nesta área. Assim a minha vida amorosa fosse paralelamente equivalente...

Tudo é relativo

1. caixa de recordações nº 1 parcialmente revolvida;
2. leitura de página de diário com 17 anos;
3. sorriso;
4. data: 8 de junho - dia de aniversário da mãe;
5. "Hoje a minha mãe faz 41 anos. Que velha que está!"
6. gargalhada macabra.

Bolas! É só um sonho!

Estou a sonhar que estou aqui. Sei que é um sonho visto que estou apenas sentadita na mesa da sala de jantar a corrigir textos livres como se não houvesse amanhã!

Pedagogia

Neste dia de comemorar a Liberdade, preparei a minha primeira aula observada, que terá lugar na próxima semana. Depois de ter falado com a minha avaliadora, enviei-lhe os documentos e recostei-me no sofá. Fez  todo o sentido repensar a prática letiva: talvez sem inovar, mas reorganizando tudo, obriguei-me a relfetir e a concluir sobre o que seria melhor para a aula daqueles miúdos, com aquelas características. 

É claro que o faço quotidianamente; será, talvez, de modo mais automático e não tão ponderado. 

Estas obrigações são importantes: relembram-me de que é isto que eu amo!

Delícia

Às 13.20 de hoje entrei em modo "fim de semana". 

E é tão bom!...

Não fui muito romântica...

Às tantas não soube escolher bem os concertos, este ano...

Epistolografia

Na quarta feira, esteve cá uma prima com quem eu me correspondia em catraia e que já não via há um ror de anos. A propósito, fui buscar as cartas dela, que ainda guardo junto com muitas outras de amigos e correspondentes nacionais e estrangeiros. E foi ver as minhas crias deliciadas, degustando a minhas cartas,  extasiadas com a doçura da sua recordação. A tal ponto que me obrigaram a enviar mensagens no facebook para pessoas com o nome da minha correspondente japonesa preferida, na ânsia de um reencontro!

Cada vez menos livre

Como amanhã estarei pelo CCB, hoje desunho-me em afazeres. E chamo-lhe eu "Dia Livre"... 

Lá estaremos

Parabéns, C.!

A C. faz hoje anos. 

Apesar de não ser uma amiga de longa data, promovi-a logo e sem dificuldade a "queridíssima amiga". É uma moça com sentido de humor, empenhadíssima, preocupada, disponível e, o melhor de tudo, faz-te sentir o centro do universo quando está contigo.

Beijo enormesco, minha C.!

Máxima

As decisões são sempre soberanas até abdicarem.

É a crise...

Como sempre, os alunos de 9.º ano que acompanhei hoje à representação da peça Auto da Barca do Inferno gostaram muito e portaram-se bem. Aquela companhia (O Sonho) consegue interagir de forma muito positiva com os alunos, mantendo o texto integral com muita criatividade. O inusitado foi o facto da sala de espetáculos estar apenas destinada à nossa escola e a mais uma turmita de outra escola. Nunca tal houvera visto! A crise está mesmo instalada, até no teatro!

A tal ponto que, na parte da tarde, estávamos no CCB, no Museu Coleção Berardo e recebo um telefonema da mesma companhia, onde tínhamos agendada a presença numa representação de outra peça para o 8.º ano, para a próxima terça-feira, para a qual tínhamos confirmado apenas 60 alunos contra os 100 previstos, informando-me que não era possível manter a representação porque éramos a única escola presente nessa sessão e , assim, não dava o custo para a receita! Escusado será dizer que só temos 60 dos 100 alunos previstos devidos às dificuldades das famílias em pagar o custo do bilhete e o transporte.

E é triste...

Citação (outra, roubada ao mesmo amigo)

"O amor é o início. O amor é o meio. O amor é o fim. O amor faz-te pensar, faz-te sofrer, faz-te agarrar o tempo, faz-te esquecer o tempo. O amor obriga-te a escolher, a separar, a rejeitar. O amor castiga-te. O amor compensa-te. O amor é um prémio e um castigo. O amor fere-te, o amor salva-te, o amor é um farol e um naufrágio. O amor é alegria. O amor é tristeza. É ciúme, orgasmo, êxtase. O nós, o outro, a ciência da vida.

O amor é um pássaro. Uma armadilha. Uma fraqueza e uma força." - Joaquim Pessoa, in Ano Comum

...

É sina minha perder-me no azul...
Pena a muita, muita chuva.

Gosto mesmo, mesmo muito...

... do jornal do meu agrupamento de escolas!
http://www.a-e-s-c.info/jornal_da_escola_4.html

Citação (roubada a um amigo...)

"Com os livros, não há amabilidade. Estes amigos, se passarmos o serão com eles, é porque realmente temos vontade disso. A eles, pelo menos, muitas vezes só os deixamos a contragosto. E quando os deixamos, não temos nenhum desse pensamentos que estragam a amizade: — Que terão eles pensado de nós? — Não tivemos falta de tacto? — Teremos agradado? — nem o medo de sermos esquecidos por um deles. Todas estas agitações da amizade expiram no limiar dessa amizade pura e calma que é a leitura. Também não há deferência; só rimos com o que diz Molière na exacta medida em que lhe achamos graça; quando ele nos aborrece, não temos medo de mostrar um ar aborrecido, e quando estamos decididamente fartos de estar com ele, pômo-lo no seu lugar tão bruscamente como se ele não tivesse nem génio nem celebridade. A atmosfera desta pura amizade é o silêncio, mais do que a palavra. Porque nós falamos para os outros, mas calamo-nos para connosco mesmos. É por isso que o silêncio não traz consigo, como a palavra, a marca dos nossos defeitos, das nossas caretas. Ele é puro, é verdadeiramente uma atmosfera." - Marcel Proust, in O Prazer da Leitura

Bora!

Regressei à escola para o 3.º período. Não custou, o sol brilhava, as minhas turmitas são fofinhas e assim, os dias são maiores.

Vamos lá!

Faz hoje 24 anos...

... que recebi o 1.º melhor presente da minha vida.
Parabéns filha!

Novidades desconsoladas

Nunca me lembro de ter passado todos os dias de férias da Páscoa com chuva. Há situações em que a novidade estimula, mas, desta vez, preferia a rotina de um solinho, ainda que tímido. Far-me-ia bem ao espírito, tenho a certeza.

Dia Mundial do Teatro - 27 de março

Ontem foi Dia Mundial do Teatro. A minha mais sincera homenagem a esta arte milenar e que é das minhas preferidas.

Faz hoje 19 anos...

... que recebi o 2.º melhor presente da minha vida!
Parabéns, filha!

Sentindo

Sinto vontade de gritar ao vento o que me vai no coração. 

Não que seja importante o que me vai no coração, é apenas raro em mim. Tomei outros caminhos, percorri outras ruelas e não achei relevante sentir. Agora acho.

Utilidade

Afinal, este blogue também serve para me fazer chorar quando releio algumas publicações e os seus comentários...

Citação

Dizem que Finjo ou MintoDizem que finjo ou minto 
Tudo que escrevo. Não. 
Eu simplesmente sinto 
Com a imaginação. 
Não uso o coração. 

Tudo o que sonho ou passo, 
O que me falha ou finda, 
É como que um terraço 
Sobre outra coisa ainda. 
Essa coisa é que é linda. 

Por isso escrevo em meio 
Do que não está ao pé, 
Livre do meu enleio, 
Sério do que não é, 
Sentir, sinta quem lê! 

Fernando Pessoa

Dia da Poesia

 Ler é ver com a imaginação. Por isso, ler poesia é ver com o coração.
Feliz Dia da Poesia!

Friagens mazonas

Gosto de achar que começou a primavera. Assim ela tivesse a mesma opinião...

Dia do Pai

Antes não fosse...

Estorieta

Ele reparou no seu aspeto franzino, na luz dos seus olhos, no seu sorriso inquieto. E o seu afeto prisioneiro poisou naquela mulher, tocou-lhe os lábios e  por lá ficou.

Mas ela não abriu o seu peito a este querer e ele teve de o aprisionar na máscara de si, como vinha fazendo há muito tempo. E doeu, doendo como nunca, porque o tempo foi passando e ele já não era mais um menino com tempo para lamber as feridas.

Insólitos

E assim, neste final de período, como em todos os outros, vejo o mundo às grelhas de avaliação!

Vou contar

Tenho muito orgulho nos meus meninos! A atividade com o escritor superou as minhas expectativas: os miúdos pareceram-me interessados, deram mostras de terem gostado e portaram-se exemplarmente; o meu amigo Vítor Encarnação ficou muito agradado com eles. Missão cumprida!

Obrigada a todos, alunos e convidado por aquele momento tão agradável!

Vamos ver...

Ao preparar o encontro de amanhã com Vítor Encarnação para uma atividade com os meus alunos de 9.º ano, ia sucumbindo ao entusiasmo que demonstraram!

Contarei como correu!

Citação

"As grandes paixões são assim, quando as descobrimos correm já à desfilada, chegamos sempre tarde à cerimónia do seu nascimento." - João Paulo Borges Coelho

E não me canso de ouvir isto!

Oh, raios!

Tenho de deixar de me empoeirar de recordações!

No fundo... do baú

Estive a reler as escrivinhações que para aqui tenho, em busca do poema vitorioso. E, de repente, uma catadupa de sentimentos era só o que havia!

Foi este

Tenho um desejo premente:

entrelaçar os meus dedos

nos teus cabelos.

Imagino-os

listados de branco,

de largos caracóis,

teimosos.

Passo a minha mão

no teu rosto imaginado.

Detenho-me nos teus lábios,

que decalco com o polegar.

Precisava de reaprender

as tuas formas.

Imagino-as

enfeitadas de rugas…

Sinto-te.

E, no entanto,

não te tenho…

25/Setembro/2005

      

Vitórias

Ganhei o concurso de poesia da minha escola, no meu escalão.
Devo ter sido a única concorrente...
Hei de publicar aqui o dito, a ver.

O meu processo criativo

... está resumido à elaboração de testes para os meus alunos!

Mas não se pense que é coisa pouca: imaginei tudo muito bem imaginado de forma a não ter muitíssimo trabalho a corrigi-los...

Mais vale assumir sozinha

Combinei com papai que partilharíamos as madrugadas destinadas a ir levar a cria mais nova ao autocarro. 

Neste momento, apetece-me quebrar as partilhas: se for a minha vez de a levar, acordarei às 6.45; se for  a dele, acordo às 6.15 porque ele tem receio que ela adormeça (coisa que já aconteceu umas quantas vezes, este ano letivo) e vai sempre chamá-la ao quarto, fazendo uma barulheira tremenda, que ele não ouve.

Ponderei resignar

Ao contrário de Bento XVI, não resignei ao meu cargo de zeladora de meu lar e, para mal da minha cervical e costados em geral, dediquei-me à limpeza de janelas e da minha alcova, em profundidade.

Hoje, dorida e trôpega, tive de fazer um intervaluxo, em que aproveitei para corrigir trabalhos de alunos e, amanhã, se o padroeiro dos asseios permitir, regressarei às janelas. 

Há tanto tempo...

Gosto do som da tua voz ao telefone. E há tanto tempo a não ouço... Escrevi um pseudopoema e tudo sobre ela, vê lá tu! Realmente, às tantas, se tu soubesses, já me tinhas ligado. Digo eu...

Quase "Dama da Noite"

A A. tinha-me dado um gravetos  de "Dama da Noite" que bacelei num vaso solitário, que estava debaixo da alfarrobeira. Não disse nada ao meu pai, mas lembrei-me que ele havia de não reparar nos gravetos se, e depois de meses, fosse mexer no vaso por qualquer motivo. Não lhe disse e, depois, descansei: o que raio iria ele fazer com um vaso cheio de terra no qual não mexia há eras?! 

Então, papai andou a arrancar ervas daninhas dos canteiros do jardim e, depois de o ver por lá, fez-se luz: o vaso! O vaso tinha sido diligentemente despejado para os canteiros pelo meu pai, uma vez que estava cheio de terra, inutilmente, há meses! 

Tenho de pedir mais gravetos à A... 

Mais pequenos prazeres de hoje

Fazêmo-lo algumas vezes, à sexta-feira: junto com a C. e a F., almoçamos no "Tretas e Olés". Limito-me a telefonar para o dono, meu amigo, a encomendar a comidinha do costume e ele presenteia-nos com uma carninha de vaca suculenta e tenra, acompanhada de arroz selvagem, salada e fruta. Dizemos mal e bem das nossas vidas e retiramos todo o prazer do mundo da companhia umas das outras.

Pequenos prazeres de hoje

O vento esguedelhava-me-me os cabelos, entranhava-se na pele e punha-me o nariz a pingar. Mesmo assim, foi agradável a caminhada. Tagarelámos, eu e a S., recordámos a infância e remoemos o que duas professoras conhecem a fundo: a escola e os alunos.

Leituras

Acabei de ler este

e, agora, estou a ler este

Tudo muito ligth, comme il faut!

Mais complementos

Já não há atributos, nem apostos. Isto que eu desse por isso. Vai-se a ver e, se calhar, não há mais funções sintáticas que sempre conheci. Os estudiosos da língua portuguesa têm de justificar os ordenados que todos nós lhes pagamos e, então, descobriram que nada deveria ficar como estava há tanto ano.

Encanita-me, pronto!

E é bom!

Gosto quando o sol começa a deixar de ser de inverno.

Citacão

"Não quero morrer de ti." - Manuel Alegre

Crendices

A sede de poder e a inveja trazem ao de cima o cinismo e a maldade das pessoas. 

Ora eu, uma senhora já com tanta antiguidade, acreditei que, quando se unem esforços, se pode fazer a diferença. 

Que parva que sou!

Muito complexo

Tenho 2 familiares dos mais chegados a sofrer do complexo de Calimero.

Oh, vida minha!

Imensa agastação

Depois de não pregar olho esta noite, devido ao vento e à chuva, tive a maior agastura de todas com a queda da pedra que encima uma das chaminés cá de casa. Não magoou ninguém o pedaço que caiu no chão, mas a sua maior parte aterrou no telhado, partindo uma das ripas de betão e 22 telhas. 

Um susto imenso que me deixou de rastos!

Provocatório

...e despertador de consciências. Estava em saldo e veio comigo para casa. Acho que o olhar incisivo do autor resulta do facto de conseguir olhar para muitas direções ao mesmo tempo...

Sempre desejos

Hoje apetecem-me cerejas. E conversas.
As cerejas são como as conversas, suculentas, coloridas e com caroço.

Maleitas

Já não me chegava o facto de o meu esqueleto não gostar de frio nem de humidade, ainda tenho a brotar uma rechonchuda herpes no lábio inferior, do lado esquerdo!

Até a minha esquerda anda a ficar inflamada...

1.ª leitura do ano

A minha filha mais velha ofereceu-me este livro pelo Natal. Tinha algumas páginas rasgadas e tivemos de o ir trocar. Logo nesse dia, lambuzei-me com ele. Mas foi só uma lambida, nunca mais lhe peguei porque está frio e não posso ler na cama, arrumadinha no edredon, por causa dos óculos!

Fico logo convencida...

Estou a ouvir a minha caminha:

- Anda, lindinha, vem cá! Deita aqui! Vê aqui um pedacinho de televisão, até caíres gentilmente nos braços do Morfeu!

E eu vou. Sou tão fácil!

Pelo sim, pelo não...

Ontem e hoje, comi romãs. O meu pai tinha guardado algumas por cima do móvel da cozinha, para comermos nos Reis. A minha mãe diz que temos de comer sempre romãs nos Reis e, segundo a avó dela, devemos guardar os tampos numa gaveta. Para haver sempre fartura de dinheiro o ano inteiro, diz ela. Pois. Só se for assim. Mas, pelo sim pelo não, guardei os tampos numa gaveta.

Dia de Reis

Para quando um Dia de Duques?

Ai, ai...

Arrepiada, suspiro pela primavera e chego-me ainda mais à lareira.

Balacemos

Já 2013...

É sempre nestas alturas que se fazem balanços. Eu sou banal e já fiz o meu balancete - sim, balancete, porque foi pequenino e inconsequente; não me apetece concluir muito.

Recordei com saudade alguns momentos, arrepiei-me com outros de má memória. Enfim, "não sei para onde vou, mas sei que não vou por aí!" 

(Sobre)viver 2013

Que possamos viver com saúde, alegrias e felicidade  na maior parte dos dias de 2013!