Quando alguns alunos me confessam os seus sentires nos textos livres que me entregam, sinto uma grande responsabilidade e envolvência. São quase sempre elas que me contam a alegria do primeiro beijo ou partilham comigo a felicidade do namoro inaugurado e que vai de vento em popa. É quase sempre na Primavera que estes trabalhos começam a ser mais abundantes. As borboletas coloridas das paixões esvoaçam por toda a escola e nem a aula mais dinâmica as impede de pairar por entre estes adolescentes transbordantes de “feromongas”. Os rapazes já são mais comedidos, mas, às vezes, lá me suspiram uma composição mais apaixonada pela dona do seu coração na altura. Eu vou corrigindo a pontuação e a ortografia e comento com a sintaxe correcta aqueles caminhos que os seus corações teimam em seguir. Mas nem sempre sobre amores me escrevem os meus alunos. A vida não inventou só este sentimento. Por vezes, também me relatam as suas dores por famílias desfeitas, mortes inesperadas ou maus-tratos sofridos. E aí não há sintaxe que comente com correcção. Limito-me a mostrar-lhes que assim é a vida e que eu lá estarei para eles, no que puder. E nem sempre posso o necessário…
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
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