quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um ano par

Vem aí um novo ano. E par, como eu gosto. Sendo agnóstica, tenho muita fé que vai ser um ano cheio de sáude e tranquilidade.
Um excelente 2010!

sábado, 26 de dezembro de 2009

Prazeres

Vai um bombonzinho? Ofereceram-me várias caixas, de várias marcas e está ser difícil resistir-lhes... Até tenho duas embalagens dos meus preferidos, os Raffaellos.
Confesso aqui uma ida à cozinha, neste momento, para degustar um fabuloso exemplar dos bombons supracitados e também que me estou a auto-flagelar com o papel que o envolvia, enquanto procuro nos recantos da boca os pedacinhos de côco.

Dia da Sopa

Depois de todas as iguarias de há dois dias, hoje foi o Dia da Sopa.
E como se aproxima a comemoração do Ano Novo, se calhar, amanhã também será. Como diz o meu querido Z., "cinco minutos na boca, toda a vida nas ancas"!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Para quem gosta

Para fim de conversa sobre o Natal: a quem gosta desta quadra, os meus desejos de muita saúde e tranquilidade.

Comemorações de Natal e calorias

Ok, esta época até é boa. Tem muita festa. Ele é Festas de Natal, ele é Jantares de Natal, ele é Almoços de Natal... É bem! São estes os aspectos natalícios de que eu gosto.
Pior, pior, são as calorias, aqueles bichos que me atacam a roupa de noite e a encolhem, para eu não a conseguir vestir de manhã.

Uf!

Estamos quase no Natal e é bom porque, assim, ainda falta um ano para o próximo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

(In) Cultura

Não tenho tido vontade nenhuma de sair de casa. Há muitos eventos culturais interessantes por aí, que até tinha vontade de ver. Mas, como eles também não me vão lá ver a mim, fico mesmo em meu lar, ao borralho e inculta...

Quase Natal

Estamos na época de "quase Natal". Que chatice!
Lá tive que deixar a cria mais nova compor a árvore natalina e, como é só o permitido lá em casa e sobraram umas luzes (troquei a árvore imensa da infância delas por uma que cabe lá num cantinho junto da lareira...), a minha filha mais nova achou um desperdício elas permanecerem guardadas na caixa e queria pô-las ... no varão do cortinado!!!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Citações

"Um coração é uma riqueza que não se vende nem se compra, oferece-se." - Gustavo Flaubert

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Grande J.!

Há já 8 anos que faço parte da Assembleia Municipal do concelho onde resido. Sobre o trabalho que lá desenvolvo já falei anteriormente, mas sobre alguns dos colegas que me acompanham nesta empreitada, ainda não. Neste mandato, alguns bons elementos não se candidataram e sinto a sua falta. Permaneceram outros e ainda bem. Dos remanescentes, quero salientar o J., senhor de provecta idade, mas de um sentido de humor fabuloso e uma muito boa pessoa. Ao pé do J. estamos sempre bem dispostos e foi por ele que eu ouvi contar uma das melhores anedotas de loiras. A história narrada por ele teve, certamente, muito mais piada e era esta:
Uma loira ia a sair de casa e deparou-se com um pinguim no jardim. Ficou surpreendidíssima e começou a falar sozinha, sem saber o que fazer com o animal. O vizinho ouviu todo aquele barulho, foi à janela e perguntou à loira o que se passava. Ela, aflitíssima:
- Ó vizinho, então, já viu?! Apareceu-me este pinguim no quintal! Não sei o que lhe hei-de fazer!
- Pois... Realmente... Olhe, porque não o leva ao Jardim Zoológico?
- Ai, vizinho, que boa ideia! Vou lá com ele, vou!
No outro dia, de manhã, o vizinho vê a loira a sair com o pinguim pela trela. Admirado, pergunta-lhe:
- Então, vizinha, não levou o pinguim ao Jardim Zoológico?
- Levei, pois. Ele adorou! Hoje, vamos ao "Portugal dos Pequenitos"!

Oração da manhã

Houve uma amiga que me mandou uma daquelas mensagens de correio electrónico que nem sempre temos pachorra para abrir. Desta vez, li e aplica-se perfeitamente a várias situações aqui no estaminé. Chama-se "Oração da manhã" e reza assim:
"SENHOR, dai-me sabedoria para suportar alguns colegas, porque, se me dais força ... parto-lhes o focinho !!!"

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Memórias

Há momentos, factos, pessoas que devíamos esquecer. A sua doce recordação faz-nos sentir demasiado a sua falta. Há os outros que deveríamos esquecer porque são demasiado dolorosos. Ainda não consegui esquecer todos. Alguns será mesmo impossível.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Amígdala

Hoje, não estou nada bem... Dói-me a amígdala direita.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

"Fujam da Justiça!"

Éramos muitos, entre ofendidos, testemunhas, advogados e arguido. Não contando com os envolvidos nos outros 6 julgamentos (ah, ainda havia mais julgamentos que necessitavam de um colectivo de juizes), todos marcados para amesma hora, éramos 11 pessoas. Chegámos às 14 H, como nos competia. Às 16.20 H, depois de muito bufarmos pela seca monumental que estávamos a ter, os advogados foram falar com a juíza para se adiar o julgamento. Adiou-se para 17 de Maio de 2010!
Tudo começou em Dezembro de 2008, quando um aluno insultou e ameaçou, tanto a mim como a um colega meu. Como é um crime público e o aluno em causa já tinha 17 anos, o processo seguiu os trâmites legais e, para pasmo da minha advogada pela celeridade, o julgamento foi marcado para ontem. Pois. Como diz o Bastonário da Ordem dos Advogados, "Fujam da Justiça em Portugal!"

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Um dia pela vida

No sábado, aconteceu a festa de encerramento de "Um dia pela vida", na sede do meu concelho. Tive o privilégio de poder participar (de uma forma muito singela, é certo) como elemento de uma das equipas formadas para angariação de fundos para a Liga Portuguesa Contra o Cancro, neste evento absolutamente fantástico. Tinha muitas ideias para realizarmos actividades e podermos ter feito mais algum dinheirinho, para além do montante pago na inscrição, mas as minhas novas funções na escola não me deixaram tempo livre nem ânimo para criar esta dinâmica. Assim, foi com muita expectativa que dei um salto à grande festa do último dia e verifiquei com alegria que, apesar da chuva, o pessoal não ficou em casa e muitos animaram o recinto com a sua presença. Arrepiei-me na "Marcha pela vida", em que se caminhava à volta de uma mesa imensa, repleta de luminárias, em memória dos que padecem de cancro ou dos que faleceram depois de contra ele muito lutarem. Fiquei com os olhos marejados de lágrimas quando enviei uma mensagem, que seria solta num balão.
Com este evento, comprovou-se a luta de muitos e a solidariedade de vários.

sábado, 14 de novembro de 2009

A minha terra




Até pode haver terras mais bonitas do que a minha. Mas eu acho-a linda e as fotos que o meu primo lá tirou comprovam-no. Gosto desta terra acima de todas e sinto-me lá muito bem.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Parabéns!

À minha companheira de árdua missão, P., que hoje completa mais um ano de vida, um grande beijo de parabéns! Força aí, miúda! Tenho cá um felling que vai ser um ano muito bom para ti! Tu sabes: eu sou agnóstica, mas tenho muita fé!

As melhoras

Que bela fisioterapia que eu ando a fazer! Sinto-me muito melhor das minhas cervicais e já não me queixo 24 H por dia. Só 14... Adiante, à hora do almoço (depois de alguns argumentos feitos com veemência, lá me arranjaram um horário compatível!), aí vou eu para as várias sessões de ondas curtas, correntes dinâmicas, calores húmidos (!!!) e a bela da massagem! Fico assolapada! Se a "massagadeira" fosse então um matulão bem apessoado, upa, upa! Mas não, é uma menina com muito jeitinho e tem feito um bom trabalho.

domingo, 8 de novembro de 2009

Adormecer muito

Quando me diziam que, mal se sentavam no sofá, adormeciam, eu pensava "pois, se tivesses gosto no livro que estavas a ler, na conversa que estivesses a ter ou no filme que estivesses a ver, a ver se adormecias!"
Nesta altura da minha vida, cheguei à seguinte conclusão: ou o meu sofá tem características demasiado "adormecitivas" e não posso, de modo nenhum, lá sentar-me sem adormecer; ou os doutos de quem eu duvidava têm razão...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Análises

Hoje fui fazer análises. Lá tirei a senha e esperei pela minha vez, juntamente com um casal de velhotes e um outro senhor idoso seu conhecido (uma outra vez reflectirei a propósito do facto de só estarmos eu e uns velhotes para fazer análises; quero ter cá para mim que foi mera coincidência...).
E dizia o senhor idoso que estava sozinho: "Vim fazer uma 'análese' à 'tiró', ou lá o que é." E emenda-o a senhora, solícita: "É 'tiróide' que se diz. Mas você tem tiróide?!" E ele, com receio de ser apanhado com alguma doença amaricada: "Não! É só p'ra ver..."

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Ameaças

Se confessar aqui uma atitude mais violenta, como lamber-lhe a cara 3 vezes seguidas (coisa que ela odeia) ou morder uma das nádegas da minha filha mais nova (sempre por cima do pijaminha, que estas coisas da higiene são para cumprir em qualquer situação), será porque ela concretizou a ameaça de criar um blogue, cujo título seria "A minha mãe dava um blogue". Tudo começou a partir de uma conversa entre ela e a F. (que, algumas vezes, me tem servido de inspiração aqui e se ofereceu gentilmente para a ajudar, a falsa!) sobre a hipótese de me achincalharem por este meio. Pois, ontem, de relance, lá dei com ela a tentar criar o dito. Malvada! E anda uma mãe a criar uma filha para isto!

Victor/Victoria II

Decididamente, começa a ser rotineira a confusão de sexos, cá em casa. Não, não é isso. Passo a explicar: nasceu mais uma ninhada de gatos, dois, mais concretamente, lindos, dourados, um com o focinho e as patitas brancas e outro com o focinho e as patas castanhas. Achámos que eram um casal e demos-lhes os nomes de Chico e Rita. Eles foram crescendo, ariscos, porque a mãe teimava em escondê-los de nós, mas havia um que sempre foi mais meiguinho, autorizando umas festitas breves, quando estava distraído. Era a Rita. Ontem, qual dejá vu, diz-me a minha mãe, a rir: "Já reparaste nas bolinhas que a "Rita" tem penduradas?"; foi uma galhofa toda a tarde e lá passou a Rita a Chico e o Chico a Rita.
Quando a minha cria mais velha chegou e lhe contámos, exasperou-se mais uma vez: "Pronto! Nesta casa está tudo ao contrário! Como podem estes gatos ser normais?!"
É verdade! A moça tem razão!

domingo, 25 de outubro de 2009

Citação

"Todo o homem é poeta quando está apaixonado." - Platão

"Fisioterapiada"

Por fim, depois de duas semanas em lista de espera, ligaram-me da clínica para iniciar os tratamentos de fisisoterapia. Solicitei um horário rente à hora do almoço (repararam na aliteração do "r"? É a raiva!); assim não perdia tanto tempo e não abandonaria o estaminé se não o estritamente necessário. Mandaram-me lá estar às 15.00 H, o que é bom para me estragar logo a tarde de trabalho. Assim sendo, amanhã irei mesmo àquela hora rídicula, farei um pé de vento (pezinho de vento, vá, não seja depois massajada em excesso como vingança...) e têm de me trocar o horário!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Parabéns, meus lindos!

Hoje, os meus progenitores comemoram o 46 .º aniversário de casamento. Caramba! Já me é difícil comemorar os meus 45 anos, quanto mais imaginar a comemoração de um casamento tão longo! Taditos dos meus paizitos! Estou muito contente por eles conseguirem estar juntos ao fim de tanto tempo, mas, em simultâneo, estou horrorizada por constatar que alguém que eu conheço tão bem consegue estar junto tantos anos! Que grande disparate! Esta conversa é mesmo de quem está a ter um divórcio do pior... Parabéns, meus lindos!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Viagens

A minha cria mais nova, a F. e eu fizemos hoje uma excursão... ao dentista. Assim, em vez de um guia (quem sabe um matulão, "jeitosasso" e simpático), ouvimos a médica a repreender-nos muito, muito por já lá não irmos há um ano; as paisagens paradisíacas foram substituídas pela luz intensa, direitinha aos nossos interiores e que permite um "escarafunchar" certeiro daqueles instrumentos-cobra, que saem da cadeira da dentista; a brisa marítima não era se não os salpicos que nos garantiram a destartarização; e os ruídos que se ouviam não eram as ondas a morrer na praia, era o aspirador que suga toda aquela solução de fluidos bucais e produtos dentífricos. A próxima excursão que fizermos será ao estrangeiro, está decidido.

Derrota com ganhos

No rescaldo desta campanha eleitoral, o meu comentário aos resultados do concelho só pode ser favorável, em virtude do número de autarcas eleitos pelo partido que me apoiou: passámos de 6 a 14, o que é muito compensador. A Câmara Municipal manteve-se nas mãos do presidente de há 30 anos, visto que os munícipes preferem não arriscar e continuam a votar em quem já conhecem. De qualquer modo, como o meu objectivo (e de muitos dos que trabalharam para estas eleições) é a causa pública e servir a nossa população, continuarei a dar o meu melhor nos próximos 4 anos. Esta minha opinião sobre os resultados eleitorais pode parecer semelhante às que nos chegaram dos líderes dos partidos, nunca ninguém perde. Sendo certo que não ganhámos, tivemos muitos mais votos do que no mandato anterior, ganhámos uma junta de freguesia e mais que dobrámos o número de autarcas. Não foi uma derrota plena, foi a chamada "derrota com ganhos".

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ufa!

Hoje, termina a campanha eleitoral. Ufa!

Coisas importantes

Tivemos, na nossa escola, no passado dia 7, uma das sessões de apresentação do livro, editado pela Texto, Jovens com saúde - Diálogos com uma geração, coordenado por Daniel Sampaio e outra ilustre letrada (da qual não me recordo o nome...). Foi uma coisa em grande e muito interessante, com a participação de vários membros da comunidade educativa. Temos de continuar com esta dinâmica, cá na escola!

domingo, 4 de outubro de 2009

Citação

"Se planificares para um ano, planta arroz. Se planificares para uma década, planta árvores. Se planificares para um século, educa os teus filhos." - Kuan -Tzu (300 a.c.)

Afazeres

Hoje em dia, que chego a casa ao final da tarde, de rastos e com a sensação de que não tenho coluna vertebral, mas rede galinheira a segurar os músculos é que percebo a vidinha boa que tive e a abundância de tempo livre que usufruia... Esta ideia de não ter um esqueleto decente não é muito antiga, começou a consolidar-se aí há coisa de uns anitos, quando a minha antiguidade se acentuou... Mas o tempo livre, ah, doce sensação de ter tempo para tudo e ainda para não fazer nada! Agora, o tempo prendeu-se - às tarefas domésticas, profissionais, familiares!
O pessoal das autárquicas tem insitido para lhe dar uma mãozinha na campanha eleitoral e só tenho conseguido um "dedito" pequenito! Lá fui eu ajudá-los um pouco, de manhã e upa, upa! Contudo, está a ser divertido e o pessoal (porque é muito novo...) é muito dinâmico. Ontem, no mercado mensal, encontraram-se quase todas as candidaturas. Um dos feirantes disse-me assim: "Nunca tinha visto uma terra como a vossa! Então, todos os partidos políticos, quando se encontram a fazer campanha, dão beijinhos uns aos outros?! Vocês são mesmo diferentes!"

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Despedida

No dia 29 de Setembro, decorreu a última sessão da Assembleia Municipal, do actual mandato. Ao contrário do ususal, foi rápida. Contrariamente ao habitual, foi "desanimada". Notava-se uma certa nostalgia e alguma tristeza pelos colegas autarcas que já não vão estar no próximo mandato. Criou-se um clima de trabalho excepcional, sem olhar a tendências politico-partidárias, a "quintais" ou qualquer vontade de destaque individual. Especialmente nas reuniões das Comissões Específicas, o mote sempre foi defender os interesses dos nossos munícipes e a causa pública. Alguns irão continuar. Poucos. Eu, se for eleita, lá estarei a dar o meu melhor, esperançada que também se crie um bom ambiente de trabalho com os novos autarcas. Agora, é tempo de campanha eleitoral e alguns dos candidatos estão bastantes entusiasmados. Ainda bem!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Excesso de coluna

Há momentos em que nos sentimos muito cansados, em que nada tem graça, em que nos falta a paciência e nos parece que carregamos o mundo às costas. Pode não ser o universo empoleirado nos nossos ombros. No meu caso, foi mais uma crise na cervical. Apre!

domingo, 20 de setembro de 2009

Ufa!

Ufa! Amanhã, é segunda-feira, outra vez... E o Verão já está a terminar... E os dias são muito menores... E a campanha eleitoral ainda dura uma semana... Ufa!

Não há-de ser nada!

Uns amassos para a tia G., cujos filhos (sim, sim, são meus primos!) a estão a deixar preocupada em demasia. É deixá-los da mão! Tudo se há-de resolver e, se calhar para melhor! 'Tou contigo, tia!

Voar

A minha cria mais velha anda numa fona, a arranjar os trafegos, porque vai hoje para a cidade da sua faculdade. Eu acho que ela anda muito entusiasmada, mas também muito assustada. É a primeira vez que não vai ter lá a mãe (chata, insuportável e resmungona, mas que dá imenso jeito - quanto mais não seja para fazer as refeições e tratar da roupa...), quando não sabe qualquer coisa ou precisa de algo. Afinal, sempre sou mais uma para levar com o seu mau humor...
Apesar de tudo, vai correr bem. Vou morrer de saudades e preocupação nos primeiros tempos, mas ela vai crescer e vai dar-se muito bem por lá. É uma grande, a minha filhota mais velha!

Obrigada ANACOM

Morar no campo tem muitas vantagens, mas também tem muitos contras. Escuso de referir a tranquilidade, os passarinhos, o ar mais puro, que toda a gente inveja. Passo já a uma das desvantagens, embora quem more no campo não seja o único afectado aqui pelo burgo: a distribuição postal. Passo a explicar. Faço parte da comissão alargada da CPCJ do meu concelho, cargo que desempenho com entusiasmo e muita honra. Assim sendo, sou convocada para as respectivas sessões de trabalho com bastante antecedência e, geralmente, consigo comparecer à maior parte. Ora, a carta que me convocava, 15 dias antes, para a reunião da CPCJ chegou à minha caixa do correio na data da dita, juntamente com uma molhada de jornais, cartas e publicidade. Como só cheguei a casa ao final da tarde e a reunião era às 15 horas, não pude comparecer. Fiquei danada e no dia seguinte, dirigi-me aos correios e fiz a respectiva reclamação. Foram muito céleres a responder-me, não demorou uma semana (ao contrário da convocatória para a reunião!). Só lamento que seja uma resposta que deve ser igual para todos os reclamamantes, uma vez que não adianta nadinha e diz que "face à situação descrita, independentemente de não nos facultar elementos objectivos, não é possível confirmar o motivo que possa ter estado na origem do atraso referenciado, na entrega dos objectos mencionados." É claro que vou reclamar da resposta à minha reclamação! Não entendo "não nos facultar elementos objectivos". A que se referirão? Ao número que calça o carteiro que deveria ter entregue a correspondência atempadamente? Ou será a cor exacta das calças do funcionário? Tenho, certamente muitos defeitos (também não sei se serão assim tantos...), mas não ser clara na escrita, parece-me acusação exagerada! Felizmente recebi uma carta da ANACOM, esta semana, que me garante que, embora não possa fazer nada para melhorar os serviços, vai estar atenta. A minha gratidão eterna!

domingo, 13 de setembro de 2009

Novas vidas

As minhas lolitas andam doidas! A mais velha vai viver para a cidade da sua faculdade e anda entusiasmadíssima a achar que vai viver a vida toda de seguida (se calhar vai, mas não lhe posso dar razão...)! A mais nova anda assustadíssima porque vai para uma escola nova, noutra localidade e tem receio de enfrentar o desconhecido (ela achava horrível o facto de estar na mesma escola da mãe, mas sempre lhe deu imenso jeito...)! Que chatas!

Citação

"No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos."- Martin Luther King

Aniversário

Nesta data querida, o meu primo Z. faz anos. Ia escrever "comemora o seu aniversário", mas não é verdade, ele nunca festeja a data do seu nascimento. Eu estava sempre a desafiá-lo para fazermos um jantarinho ou assim, mas ele nunca quis e desisti. O objectivo era estarmos juntos, coisa rara nos dias que correm e, ao contrário dos tempos da nossa juventude, em que passávamos juntos todo o período das suas férias, logo que ele chegava da Alemanha. Eram muitas as brincadeiras! Recordo-me de uma ocasião, estávamos nós na praia, as meninas resolveram fazer topless e o malandrão do Z. me escondeu a parte de cima do bikini na areia, vendo-se depois aflito para a encontrar. O meu pai não achou graça nenhuma e chegou a ameaçá-lo com uns tabefes! À aflição do meu primo sobrepunha-se a irritação do meu pai e a situação foi hilariante! Por tudo isso e pelo carinho que lhe tenho, vai um grande beijão de parabéns para o Z.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Citação

"Este homem é perigoso - ele acredita no que diz." - Joseph Goebbels

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Liberdade

Hoje, em conversa com a minha mãe, apercebi-me do meu grau de satisfação em relação à minha liberdade. Também o G., ontem, no repasto que partilhámos, se queixou de algumas situações na sua relação que o deixavam mais descontente. Vai daí que eu inferisse "Oh, que bom! Não tenho nada que me apoquente a esse nível!" É certo que há momentos menos felizes e mais solitários, mas os prós são, sem dúvida, mais dos que os contras e sinto-me muito confortável com esta minha vidinha descontraída e sem sobressaltos!

Temperaturas

Bolas! Não se pode com a canícula! Já era tempo de uma frescura, especialmente para as senhoras com um certo grau de antiguidade, como eu, se sentirem mais confortáveis! Mas não! E lá anda a minha pessoa, de lado para lado, atabafada e irritadiça, a arrastar-se pelas infindáveis tarefas que nunca se dão por concluídas...

domingo, 6 de setembro de 2009

Fascinação

Estive a rever, no Youtube, "Fascinação" de Elis Regina. Chorei. Como sempre acontece quando ouço aquela maravilhosa canção, cantada por aquela maravilhosa voz.

Citação

"O mais irritante no amor é que se trata do tipo de crime que exige um cúmplice." - Charles Baudelair

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Começou!

Hoje, decorreu a nossa Reunião Geral de Professores. Quando se arrumaram todos e eu me dei conta do seu número, assustei-me um pouco. Apercebi-me da exposição a que todos os elementos da Direcção estão sujeitos e o medo de falhar era uma nuvem por cima de mim. O nosso Director esteve muito bem e pareceu-me que comunicou com êxito os objectivos da equipa, acentuando a nossa disponibilidade e vontade de dar o nosso melhor, para que a nossa escola seja um espaço aprazível e com sucesso. Os novos colegas parecem simpáticos e bem dispostos. Junto com os do costume, "bora" lá iniciar mais um ano lectivo e trabalhar para o sucesso educativo dos nossos alunos!

Debate (ou não)

Estou a ver o debate entre o Primeiro Ministro e Paulo Portas. Eu interesso-me pela política. Então, porque é que estou a achar um tédio e uma fantochada este bate-boca entre estes dois senhores? Não estão a debater ideias, estão a acusar-se e a procurar pôr-se em xeque, a ver quem é que consegue denegrir mais a imagem do outro. Não, definitivamente não é assim que eu encaro a política. Deve ter a ver com o facto de a política autárquica ser mais "pequenina" e estar muito mais próxima dos seus destinatários. Sim, é por isso que eu integrarei, mais uma vez, as listas de candidatos à Assembleia Municipal.

domingo, 30 de agosto de 2009

De novo

De volta ao trabalho, amanhã. E, agora, já com a maior parte dos colegas colocada. Tivemos algumas boas notícias e alguns dos caríssimos continuam connosco. Outros não e fica a saudade. Novos virão e é mais uma etapa que começa e para a qual vamos dar o nosso melhor.

Citação

"Só duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana, mas não tenho tanta certeza acerca da primeira." - Albert Einstein

Leitmotiv


Por que referi Madrid? Pelo tamanho das suas couves-bróculos, evidentemente!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Madrid







Ainda não tinha tido tempo de vos dar um pouco de Madrid.



Idade

A propósito de idade, se tudo correr como a previsão daquele senhor que lá foi vender livros à escola há uns anos e que lia a sina, devo ter atingido metade da minha existência. Sim, ele disse que eu iria morrer velhinha, velhinha, daquelas velhinhas que até fazem xixi na cama! Que querido! Fiquei logo muito mais tranquila: já sei que ainda falta muito tempo para a minha morte e também fiquei a saber que me vou urinar na cama! Bem feita para a minhas filhas a quem eu mudei centenas de fraldas e vão entrar ao serviço!

Coisitas

Não, estas férias não correram como planeei. Já aconteceram umas coisitas; já fiz anos (muitos, por sinal; agora já nunca mais faço, está decidido!), já estive na minha praia favorita a tomar muitas banhocas e a fazer muitas caminhadas, já visitei alguns amigos e, nesta última semana, descansei bastante: fiquei de cama com uma inflamação descomunal na cervical! Só pode ser dos muitos anos feitos! A antiguidade atacou-me também o esqueleto! Sim, porque já me tinha atacado algumas partes moles. E deixado alguns sulcos na cutiz. E sarapintado de branco os meus cabelos... Socorro!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Burocracia

A minha filha mais nova, no próximo ano lectivo, vai para uma nova escola. Não há escolas secundárias aqui no burgo, que foi, recentemente, elevado à categoria de cidade. Mas não é sobre isso que quero falar; talvez mais tarde (lá para as onze meia, ou assim...). Como estava a dizer, a minha cria e eu, depois de muita ponderação, lá acordámos (com o meu voto a valer por 3, visto que sou eu a mãe, pago as contas e sei mais coisas, vá!) sobre a escola para onde ela irá. Como não é na sede de concelho (ai a província, a província...), vai ser o estado a comparticipar o seu passe do autocarro. Por portas e travessas lá soube o que era preciso: um atestado de residência (passado pela Junta de Freguesia) e uma declaração da Câmara, atestando que não comparticipava nadinha do passe da cachopa. Também me falaram de um documento que comprovasse a matrícula e, quando fiu à escola dela, pedi logo o belo do certificado. E lá fomos nós, à Rodoviária, dizer ao senhor do guichet o que pretendíamos. Então, ele entrega-nos um formulário para preencher com os dados da moça e outro papel para a escola preencher, a comprovar a matrícula. Perguntei se não servia o que já tinha e que, por sinal, até era um documento oficial da escola, que atestava, de antemão, aquilo que era solicitado pelo outro e que até nem estava preenchido. Que não. Não?! Não, ele até podia receber os papéis, uma vez que já tinha os outros todos (eu já lhos tinha enfiado debaixo do nariz e abanáva-os de um lado para o outro, a ver se conseguia hipnotizá-lo; se tivesse conseguido, deixava lá tudo e fugia...), mas, de certeza, viriam todos para trás! Como tudo no nosso país, se não for o papelzinho pretendido, da cor solicitada e for outro que sirva para o mesmo, vem para trás! Ia-me dando um fanico! Ralhei tanto! E quando disse que iria fazer uma reclamação, diz-me o tal senhor incrédulo: "Ai, sim? E contra quem? A Rodoviária não tem culpa! Só se for contra o Ministério da Educação!". Olhei para ele e, de repente, percebi que não adiantava, não servia de nada estar a barafustar com um homenzinho que não entendia que podia não se estar satisfeito com uma situação absurda destas, nem percebia a inutilidade do papelzinho que me ia obrigar a levar à escola para ser preenchido.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Planos

Estou já a decidir qual vai ser o peixinho grelhado que vou degustar, na próxima semana, à beira-mar. A minha indecisão tem a ver com o facto de eu gostar de muitos e muito de peixe. E já me estou a ver a espremer o limãozinho, a separar cada lasca e a saborear aquele gostinho a mar (tanto diminutivo, senhores!), olhando para o oceano! Upa, upa! Isso é que vai ser! Não compreendo é porque é que, nas esplanadas junto ao mar, tudo é muito mais caro... Será que, por causa da maresia, os produtos têm de levar um ingrediente especial, bastante dispendioso? Pois. Deve ser.

Esquecimento

Já referi que na segunda-feira entro de férias? Não?! Bem me tinha parecido!

Festa

A terra onde vivo está em festa. Não lhe chamei "a minha terra" porque, efectivamente, não o é. Que me perdoe aqui o burgo, mas a minha terra é muito mais bonita! Esta recebeu-me muito bem, tem boa gente, mas costumes muito diferentes do meu Alentejo. É muito touro, muito cavalo... A festa gira à volta das largadas de toiros, das tentas, das vacadas, das touradas, das exibições de campinos, que toda a gente adora e pelas quais esperam, ansiosamente, ao longo do ano! Eu não lhes acho muita graça... Se calhar, não a procurei no sítio certo. A graça, bem entendido.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Citação

"As crianças são quase sempre felizes, porque não pensam na felicidade. Os velhos são muitas vezes infelizes, porque pensam demasiadamente nela." - Paolo Mantegazza

Não, não!

Não, não vou escrever que estou muito cansada e muito cheia de calor! É óbvio! Já toda a gente sabe.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

"Morre lentamente quem não viaja"

«Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!»

Pablo Neruda

Cores

Conheço gente que não veste preto. Realmente, não consigo imaginar uma característica tão peremptória no meu carácter. Até porque o preto é uma das minhas cores de eleição para o vestuário (vai-se a ver é porque pareço mais magra...). Geralmente, visto todas as cores. Há alturas em que me apetece estar mais colorida e há outras em que me sinto mais sóbria (ou será sombria?) e uso cores mais escuras. É tudo uma questão de ocasião e/ou de estado de alma!

Frescura

O tempo está fresco. Quem está de férias e não está no Algarve (às vezes fico a pensar se, com tanta gente lá em baixo, o país não começa a pender com o peso de tanta criatura!), não há-de ficar muito contente; mas quem, como eu, está a trabalhar, é muito agradável não ter de enfrentar a canícula!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

E eu não!

O querido L. ralha comigo porque só escrevo sobre "agasturas" e coisas tristes. Também, o meu universo, neste momento, resume-se aos muros da escola e de casa... É certo que o sol brilha, que a natureza segue o seu seu ciclo, que se continua a especular se há vida em Marte, mas eu também sei que há gente a passear imenso, que há alguns foleiros sentados há beira-mar numa esplanada, que se visitam museus e se observam obras de arte! E eu não!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Uf outra vez!

Não tenho tempo nem disposição para nada... Esta coisa de estar a trabalhar quando todos estão de férias deixa-me um amargo de boca que nem com o brigadeiro mais sucolento lá vai... Tenho 2 exposições para visitar, ainda não fui este ano à minha praia preferida, há uns amigos que já nem me telefonam a reiterar o convite para os visitar, porque levam sempre tampa e não há disposição nem tempo para esta delícias, para as quais estava sempre disponível... E o cansaço ao final do dia? O que me salva são as sonecas no sofá! E se eu experimentar um "Red Bull"?

domingo, 26 de julho de 2009

Fui uma linda!

Uf! Estou cansada! Ontem ofereci-me um "Dia de nada fazer", rematado com um jantarinho muito agradável na casa da querida tia G. Hoje, fui uma linda e arrumei o escritório. Consegui libertar uma prateleira (é absurda a quantidade "enormesca" de papéis que junto, ao longo de um ano lectivo!) e o armário dos livros da escola está com um aspecto aceitável. Também lavei a minha "carrocinha" e dei uma limpeza e arrumadela no lar. Fez-me bem o dia de ontem. Eu sei que valem mais umas horas em que me apeteça bulir, do que dois dias sem vontade nehuma! 'Tá certo que a filhota mais velha deu uma ajuda na limpadela (a caganita foi de fim-de-semana com uma amiga; tem uma vida social muito intensa, a minha cria mais nova...), mas estou muito orgulhosa das tarefas que hoje cumpri! Espera-me uma semana cansativa, como têm sido as três últimas. Já estaria de férias desde o dia 23, mas só deixarei de ir à escola no dia 17 de Agosto... O director irá descansar na primeira quinzena do próximo mês e eu, como não tenho nada agendado, ofereci-me para ir só na segunda. Tem de ficar sempre um de nós, a tomar conta do estaminé! As meninas cá de casa não ficaram muito contentes, mas é o preço das novas funções.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Flores

Hoje, ofereceram-me uma flor. Gosto muito de flores; consequentemente, gosto muito que me ofereçam flores. E, então, se for alguém amigo, desejado ou querido, mais contente fico. Quem me ofereceu a flor não está incluído em nenhum destes grupos, mas o gesto teve um significado muito especial e marca o início de um novo ciclo na minha vida. Começou com uma flor. Boa!

Ah, pois é!

Vou tentar lembrar-me 24 H por dia da citação abaixo. 24 H não; 18 chegam, vá. Assim, quando estiver entupida de trabalho, "agastações" ou outras chatices, poderei praguejar contra o verdadeiro culpado: o meu pensamento.

Citação

"Não existe nada que seja bom ou mau em si próprio. O nosso pensamento é que confere esses atributos." - William Shakespeare

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Pontuação

Reparei agora que ando a terminar as minhas últimas intervenções com reticências! Pronto! Pus vários pontos de exlamação na minha vida!

Nem sinal do bode!

Grande almoçarada, hoje, em casa do querido P. Para além da comida deliciosa e da companhia aconchegante do grupo de amigos do costume, tinha esperança de ter contacto visual com o seu bode. O tal que foi comprado para fazer a felicidade das cabrinhas. Não se avistaram, nem o bode nem as cabrinhas. No que estariam entretidos os animais? Até tive receio de perguntar...

Talento

É nestas alturas, de muito trabalho e pouca imaginação, que eu gostaria de ter um talento. Podia saber desenhar bem, por exemplo. Ou tocar umas coisitas. Ou mesmo gostar muito de cantar, como um amigo que eu tenho, que não pode ir a lado nenhum sem querer cantar as duas ou três cantigas que nos obriga a ouvir, todas as vezes que estamos com ele num bar, restaurante ou um qualquer local em que não o mandem calar. Se assim fosse, se eu tivesse um destes talentos, tinha sempre alguma coisa para aqui mostrar. Como os meus talentos não se divulgam todos num blogue, terei de ir escrevendo umas "tonterias" como esta...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sobrevivente

Interpretado à letra, sobrevivente é alguém que "vive sobre". É como uma sobrevivente que me sinto, depois do que me aconteceu, esta semana. Desde segunda-feira que estou na direcção da minha escola e, devido aos inúmeros relatórios que toda a gente tem de entregar, à avaliação do desempenho, aos resultados dos exames que é preciso dar a conhecer, temos vivido sobre papéis. Hum... Espero que seja só nesta fase que nademos em papelada e que possa vir a "viver sobre" outros temas e funções, naquele lugar.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Concursos

Já sairam os resultados deste concurso de professores. Muitos dos queridos amigos e caros colegas vão deixar-nos. Alguns vão para longe, outros nem tanto. São reviravoltas nas vidas, deles e nossas, que vão mudar tudo: as equipas de trabalho, os convívios, as gargalhadas, os comentários mais ou menos abonatórios... Estou triste. É certo que virão outros, com novas experiências, novas ideias, novas conversas. Alguns ocuparão lugar nos nossos corações; outros nem tanto. Mas custa saber que não os vamos ver todos os dias. Especialmente aqueles com quem criámos laços fortes de amizade e camaradagem. Ficam as recordações. As boas, porque as más vou aventá-las, como se diz no Alentejo.

Citação

"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te." - William Shakespeare

M. J.

Ó pá! Morreu o Michael Jackson! Toda a minha vida contou com a sua presença. Na juventude, pela sua ousadia e excentricidade, admirámo-lo e trauteámos as suas músicas; mais tarde, foi notícia pelas palermices que fazia e dizia. Ultimamente, parecia-me um ser estranho, aprisionado num corpo de que não gostava e numa vida que não sabia viver. Davam-me pena, ele e os filhos, que achei sempre perdidos na loucura daquele mundo. Mas, ainda mais loucos que ele, são os que o tornaram assim e que não lhe dão paz, nem depois de morto. O absurdo é que, se lha dessem, ele não gostaria.

domingo, 5 de julho de 2009

Blogues muito foleiros

O meu primo anda sempre a empapoilar o seu blogue. Cada vez que o visito, há coisas novas, florzinhas e tal. Também, perito em informática como ele é, tem sempre tudo lindinho e cheio de "ninis"! Que raiva! Lá tenho de ir comer uma cavaquinha, para consolar mais este desgosto...

Ajuntamentos

Ontem, era para ter ido a casa do meu amigo G. Ele dava uma festa, porque a filha mais nova fazia anos e convidou-me para aparecer. Não nos temos encontrado muito, desde que ele re-casou, mas não fui. Estava exausta e não estava com espírito festivo. Andam todos a "juntar os trapinhos"! Solitários como eu começam a ser raros. Às tantas é para isso que nascemos, sei lá eu! Contudo, só de pensar em arranjar espaço cá em casa para mais alguém, fico com urticária! Na! Os meus armários estão repletos!

Leituras

Está na altura de partilhar uma experiência de leitura, que tenho vindo a adiar por falta de tempo (quem me dera o tempo de aulas!). Chama-se A Casa da Praia do Açúcar e a sua autora é Helene Cooper. Quando as minhas filhas mo ofereceram no Dia da Mãe, não fiquei muito entusiasmada, visto que nunca tinha ouvido falar, nem do livro, nem da autora. Decidi, então, arrumá-lo na estante, onde o ia namorando. Depois, levei-o para a mesinha de cabeceira, para o cimo do monte dos livros que por lá moram sempre e "fiz-lhe olhinhos", durante uns tempos. Quando, finalmente, o tornei meu, só consegui parar de ler na última página. É um testemunho emocionado e emocionante de uma mulher que nasceu e viveu na Libéria e que teve de abandonar o país quando a guerra se instalou. De forma intensa e genuína, permite-nos tomar contacto com uma realidade muito diferente da nossa e é importante, de quando em vez, sairmos da nossa bolha e abrirmos os olhos a outras formas de (sobre)viver. Aconselho vivamente!

Citação

"A vida é o que passa por ti, quando estás ocupado de mais a fazer planos." - John Lennon

domingo, 28 de junho de 2009

Intervalos

Fiz uma pausa com a “easyjet” e fui a Madrid, nos feriados de 10 e 11, apanhando o fim-de-semana. Foi muito importante porque, naqueles dias, esqueci que havia escolas, que havia ex-maridos insuportáveis, que havia coisas chatas para fazer/decidir. Lambuzei-me de Prado, de Reyna Sofia, de Thyssen-Bornemisza; sorvi a velha arquitectura da cidade; suspirei e respirei no Parque del Retiro; pasmei no Palácio Real… Recarreguei baterias, é verdade. Mas a semana que findou estraçalhou-mas completamente! Como é que se estraçalham baterias? Se eu enumerasse as diversas formas utilizadas pela vida para me extenuar, teria, certamente, uma romaria de gente pia, a carpir por mim… Não! Farei apenas esta interrupção (até porque troveja, quase no mês de Julho e isso deprime-me!), arrumei a caneta vermelha, penalizadora das provas de exame que estou a corrigir, e vou sonhar coisas boas e agradáveis, como por exemplo, um brigadeiro gigante, que vi na pastelaria do costume.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Telegrama

5 dias em Madrid para recarcargar baterias stop baterias viciadas já descargadas outra vez stop cidade estonteante stop de volta à realidade stop muito trabalho stop muita festa stop ai ai ai stop stop stop

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O possível

Choveu a potes todo o dia e, obviamente, não pudemos ir com os miúdos à piscina de Castanheira de Pêra. Achámos muito agradável a biblioteca municipal de Tomar, demos uns “amassos” na C. e na sua bebé fofa, linda e rechonchuda, que lá se foram encontrar connosco e rumámos a Castanheira de Pêra, para convencer os miúdos que estava, realmente, mau tempo e não se podia ir à piscina. Desiludidos e fartos de andar de autocarro, à guisa de consolo, ofertámos-lhes uma vista ao Convento de Santa Maria da Vitória, vulgo Mosteiro da Batalha, onde eu já não ia há muitos anos. Não era o programa previsto, mas foi o programa possível. Cá p’ra mim, o S. Pedro sabe que eu sou agnóstica…

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Citação

“O verdadeiro amor é como a aparição dos espíritos: toda a gente fala dele mas poucos o viram.” – François de la Rochefoucault

terça-feira, 2 de junho de 2009

Nails

A minha cria mais nova, pintou as unhas!
Deixaram de parecer cascas de ostra roídas, para se transformarem em madrepérola, em fase de desenvolvimento. Não estão ainda umas rubras “nails” profissionais, mas já se podem ver. Estás no bom caminho, coração!

Ainda há coisas boas!

Começou a época do caracol. Já tinha experimentado os primeiros numa tasca da minha terra, onde costumam ser deliciosos, mas estavam amargosos. Também o meu pai, que é um caracoleiro de mão cheia, cozinhou uns aqui do quintal que não estavam como é costume. Finalmente, no fim-de-semana, provei os do Sr. Cardoso para a temporada e já comecei a “ir aos treinos”, com alguma regularidade. Bons, mas bons!
Na sexta-feira, participarei no passeio que recompensa os vencedores do Concurso de Leitura, dinamizado pela biblioteca municipal, à biblioteca de Tomar e à piscina fluvial de Castanheira de Pêra. É uma actividade espectacular e chama à nossa biblioteca leitores de uma faixa etária que, vulgarmente, não frequentam estes espaços. Para além de ser um local lindíssimo (ocupa um antigo palácio que foi recuperado), conta com a colaboração de umas funcionárias dedicadas e com uma paciência que, às vezes, invejo. Bora lá, então, ao passeio! Não vale chover. Ouviste, S. Pedro?

domingo, 31 de maio de 2009

Citação

“Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante do que o conhecimento.” Albert Einstein

Obesidade mórbida

E o que fazer naquelas alturas em que tudo corre mal e nos sentimos muito cansadas e desalentadas? O mundo parece ter obesidade mórbida e não sai das nossas costas, nem de noite!
Apre!

sábado, 30 de maio de 2009

Quedas e aniversários (ou vice-versa)

O meu amigo J.L. comemora hoje 35 anos de vida (já ninguém tem 35 anos!). Comemora hoje, de dia, outra vez, porque ontem à noite comemorámos nós com ele! Estava precisada… Foi pena a A. não ter podido ir, mas andou a experimentar o grau de dureza das suas escadas e tem dois “belos” traumatismos em tons de violeta e esverdeado. Um deles é decente, junto ao cotovelo, todavia o outro já é mais sexy, a espreitar a nádega. As escadas eram muito duras, foi a conclusão que ela retirou da queda.
Por isso, à A. beijos de rápidas melhoras e ao J.L. beijos (invejosos) pela sua tenra idade!

sábado, 23 de maio de 2009

Não te agastes, moço!

O meu amigo Vítor Encarnação mandou-me um email em que me parecia muito agastado. Coisas lá dele. Mas não deve, porque quem escreve como ele o faz, mesmo que a vida não o recompense amiúde, deve estar certo do seu valor. Este poema que a seguir transcrevo é dele, retirado do seu último livro, Maturação, que eu devorei e continuo a saborear de vez em quando:

“As mulheres são enciclopédias,
tratados, teses, teoremas.
E os homens são dicionários
de bolso.
Só dizem as coisas básicas.
Para as mulheres novas chegará,
será suficiente ir depressa
a direito,
morrer logo nas curvas,
fumar um cigarro,
lavar-se no bidé
e dormir.
Mas uma mulher madura é uma mistura
de queijo amanteigado,
pão quente
e vinho tinto
numa noite de Inverno
quando faz frio na rua.
Quer ter tempo de ter fome.
Quer ter tempo de saciar a fome.
Quer condutar.
Abrandar os braços do tempo.”

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Citação

Nem sempre está na mão de cada um ser feliz; mas está merecê-lo." - Johann Wolfgang von Goethe

A praia foi das audazes

Ontem, foi o nosso feriado municipal. Como é hábito, fui à minha praia preferida, com a cria mais nova e a F. Quando lá cheguei, fiquei muito contente porque não estavam lá quase carros nenhuns estacionados. Pensando eu que era por ser dia de semana, ousei sair da viatura. Ia morrendo! Estava um vendaval! E fresco, assaz fresco! Mas nós, intrépidas aventureiras, achámos que, se tínhamos ido para passar um dia na praia, com pic-nic e tudo, teríamos de o cumprir, ou seriamos para sempre umas fraquinhas. Abrigadas na cabaninha feita com o chapéu-de-sol, conseguimos aguentar até às quatro da tarde. Depois dessa hora e de comprovados a nossa coragem e o nosso garbo, fomos desafiar o meu primo N. e enfiámo-nos numa tasca da minha terra natal, a comer caracóis e a beber imperiais.

domingo, 17 de maio de 2009

Ui!

Das seis mil, trezentas e trinta e quatro coisas para corrigir, já despachei metade. Pas mal! Estou toda entrevadinha das cruzes e das pernangoilas, visto que após a cheirosa e agradabilíssima caminhada matinal pela Lezíria, me sentei à mesa da sala de jantar, com tudo espalhado (testes, canetas, máquina calculadora, …) e só agora parei! Apenas, para mudar de cadeira, é certo, porque aqui estou eu, com o mesmo grau de entrevação, sentadinha a escrever. Acho que vou parar e, depois do jantar, refastelar-me-ei no meu sofá a ver o L.B.V. (Luís Bernardo Valença).

sábado, 16 de maio de 2009

Citação

"Um boletim de voto tem mais força do que um tiro de espingarda." - Abraham Lincoln

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Reflexo


Que melhor reflexo de nós que os nossos filhos?

Entupimentos, mal-estar e cursos profissionais

Continuo entupida de “trafegos” para corrigir… Já experimentei pôr o desentupidor na cabeça, regar com “Forza” os montinhos dos testes, mas ficou tudo na mesma…
Já temos Director Executivo. A escolha recaiu sobre uma das candidaturas de um colega que não é da minha escola. O “fumo branco” que saiu era, pelos vistos, tóxico porque o ambiente lá pelo estabelecimento de ensino está de cortar à faca…
Ontem, fui ao jantar que encerra as actividades dos alunos de Restauração e Hotelaria, da Escola Profissional de Salvaterra e, se eu já era fã desse tipo de ensino, agora, hei-de levantar ainda mais alto a sua bandeira. É destes cursos técnico-profissionais que os alunos precisam, que lhes facultam formação e óptimas saídas profissionais. Excelente!
Bem, deixa-me ir visitar a minha tia R., que foi operada à bela da pernoca varicosa.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Mais notícias

Concedi a mim própria o último fim-de-semana. Assim sendo, estou completamente entupida com testes e outros trabalhos para corrigir. Mas valeu a pena! Fui a Tomar, com a F., ao Congresso das Sopas, que serviu de pretexto para conhecer a bebé da minha amiga C., que é um docinho, muito simpática e rechonchuda! Matei saudades das minhas crias, com o banho que lhe dei e os mimos inerentes à sua condição de criancinha. O convívio com os amigos da cidade dos templários foi do melhor e é para repetir, sempre que possível. Ah, e comi a melhor sopa da minha vida. Chama-se “Flor Templo” e, entre legumes, degustavam-se pétalas de flores. Um acepipe!
Hoje, na reunião do Conselho Geral Transitório da minha escola, escolher-se-á o Director Executivo. Vai finalmente “sair fumo branco” e os rumores e maus humores gerais tendem a aproximar-se do fim. Como dizem as velhotas “Que seja tudo pelas alminhas!”
E a Feira do Livro? Fica para sexta-feira. A crise permanece enraizada na minha carteira, mas vamos à procura de pechinchas.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Os bebés


Serei eu política?

Se perguntarmos a alguém quais as características de um político, quase de certeza dirá que é uma pessoa que gosta de poder, que não faz muito, mas fala muito e que é passível de ser corrompido. É esta a ideia que as pessoas têm dos políticos. Mas não devia ser assim. A política é a actividade que se dedica à causa pública e, segundo Aristóteles, inseparável da ética. Por isso, o Homem, enquanto “animal político”, deve poder viver bem, ou seja, virtuosamente, na sociedade. Então, um político deveria ser alguém que se preocupa, em primeiro lugar, com os outros e zela pelo bem-estar de todos. É segundo esta premissa que eu encaro a Política. Mas não é por ela que se regem os políticos. Não estou a afirmar que não fazem nada ou que são todos corruptos. Nada disso. Mas também não põem a causa pública em primeiro lugar. Quando, na Assembleia Municipal, trabalhamos nas Comissões Específicas, é notória a vontade colectiva de se fazer o melhor para resolver os problemas dos munícipes do nosso concelho. Não estão lá os jornalistas. Quando se participa nas sessões deste órgão autárquico, é notória a vontade colectiva de se mostrar que se é perito a por o outro em cheque. Está lá a comunicação social… Se calhar, é mesmo assim e eu, já com oito anos de serviço autárquico, já devia estar habituada. Mas não estou! Eu gosto mesmo é de trabalhar em equipa, de dar o meu melhor para fazer algo pelas instituições, pelas pessoas! Não gosto nada dos desrespeitos e das picardias que, muitas vezes, acontecem no plenário. Haverá algum órgão onde se faça política em vez de se tentar brilhar individualmente ou puxar o lustro a algum partido?

Director Executivo

Na minha escola andam todos “em fongas” para saber quem é próximo “manda-chuva”. Houve seis (?) candidaturas para Director Executivo, três “caseiras” e três “forasteiras”. Especula-se imenso sobre quem será o(a) escolhido(a) pelo Conselho Geral. Vai ser nas mãos do Director que estarão todas as escolhas para a designação de desempenho de cargos, a política educativa, o projecto educativo… É muito! Até agora, era tudo democraticamente eleito; depois, será tudo “absolutamente” nomeado. Não será demasiado?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

"Bicha-cadela"

Ao jantar, em casa da minha tia G., conversávamos animadamente e ríamos a bandeiras despregadas das historietas, das gafes cometidas, de percalços engraçados acontecidos com todos nós. Confesso que registei alguns e que os relatei ou ainda irei relatar aqui.
O meu primo R., um dos fãs mais entusiásticos destas “escrituras” (ele é de boa boca e qualquer laracha o põe bem disposto!), fazia questão de contar ao irmão todas as narrativas mais divertidas que eu já aqui tinha partilhado.
Estando eu ainda em casa da minha tia, já ele ia a caminho de seu lar, veio-lhe à memória um dos postes que eu tinha publicado a propósito da minha filha mais velha. Ainda eufórico com as gargalhadas gostosas que tínhamos dado, ligou-me.
- Olha, conta ao meu irmão aquela da “bicha-cadela”!
- “Bicha-cadela”?!
- Sim, sim! Não te lembras? Da S. e da “bicha-cadela”!
Era, afinal, a da S. e da bicha solitária

Feirante

Hoje, estive na feira anual, a divulgar a Comissão de Protecção a Crianças e Jovens do meu concelho, da qual eu me orgulho de fazer parte, por designação da Assembleia Municipal.
Depois de algumas reuniões preparatórias, lá nos decidimos pelo formato dos folhetos explicativos, pela decoração da “barraquinha”, pelas actividades a desenvolver e pela escala de serviço.
Estava tudo muito colorido e tivemos por lá muitos meninos a pintar e alguns pais. Também bons amigos nos visitaram e foi muito agradável rever antigos alunos, alguns a comprovar a minha antiguidade, visto que já se faziam acompanhar pela prole.
Apesar da canícula (termo que uma colega minha faz questão de empregar e que eu acho requintadíssimo!), foi importante para mim lá ter estado, porque considero a CPCJ um dos garantes dos Direitos da Criança e um parceiro para nós, docentes.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Bebés

Com parte do dinheiro que ganhou em presentes de Natal, a minha cria mais nova já tinha decidido comprar uns ténis, que namoriscava há já alguns meses. E lá fui eu com ela a uma casa de desporto experimentá-los. Após várias experimentadelas, quer trocando a cor, quer variando o modelo, escolheu uns. Amou-os tanto que, algum tempo depois, visitávamos a pousada de Alcácer do Sal e, como a área circundante estava ligeiramente enlameada, ouço os seus gritinhos assustados:
- Ai, não, mãe! Não vou por aí! Tanta lama! Olha os meus “bebés”!...

domingo, 26 de abril de 2009

Citação

"Dizem sempre que o tempo muda as coisas, mas na realidade somos nós próprios que temos de as mudar." - Andy Warhol

Ah...

Bernardo Sasseti, no seu melhor humor, presenteou-nos, ontem, com uma interpretação inesquecível, no concerto do Pequeno Auditório do CCB. E o que dizer do Europa String Quartet? Ah! Quase chorei com a sua interpretação do Quarteto de Cordas n.º 8 Op. 110 de Dmitri Schostakovich! Ah, outra vez…

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Avarias...

Devo ter o meu instinto avariado. Geralmente, confio neste sexto sentido e as minhas premonições ou impressões estão correctas. Ultimamente, houve uma situação na minha vida, sobre a qual eu criei muitas expectativas, que não correu como eu pressenti que se iria passar. Assim, conclui que o meu instinto avariou ou, então, perdeu o prazo de validade. Tenho de começar a ver as televendas para saber se há alguns no mercado.

Rebeldia

Amanhã, Dias da Música, no CCB, com a cria mais nova e as duas amigas do costume.
O meu dever de autarca era comparecer na Sessão Solene comemorativa do 25 de Abril, mas eu sou uma “gaja” rebelde e vou passar o sábado a deliciar-me com Bach, Monk, Mozart e Schostakovich!

Citação

"A gente pode sentir-se só, mesmo no meio de muita gente amiga, se souber que não ocupa um lugar especial no coração de alguém..." - Anne Frank

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Notícias - 2

Como, desde segunda-feira, se comemora, na minha escola, a Semana da Leitura e amanhã se evoca o centenário do terramoto que assolou a sede de concelho, tenho “andado numa fona” e estou a ficar cansadita… E ainda agora começaram as aulas… Senhoras com um significativo grau de antiguidade não deviam trabalhar tanto!
Hoje, faz anos o meu amigo C. F., a quem eu mando um grande beijinho e a quem tenciono cravar um café a breve trecho. Boa, miúdo?
Também, ontem, a minha cria mais velha fez exame de condução e ficou aprovada, pelo que também merece uma beijoca e um abraço cheio de orgulho. Não há valas que lhe resistam, agora que já condutora encartada…

domingo, 19 de abril de 2009

Atender, ou não, eis a questão!

O meu primo F. assustou-se quando ouviu tocar o telemóvel à 1.45 da manhã. Sentou-se na cama, estremunhado e verificou que era a sua amiga M.
- Olha, é a M! Pois… Deve ser a amiga dela que está em apuros.
Entretanto, o telemóvel tinha parado de tocar e ele continuava a olhar para ele e a pensar no que poderia ter acontecido. Tocou de novo.
- É a M. Tenho de me levantar. Pois… É melhor. Vou vestir as calças. Foi a outra que se meteu em trabalhos! Foi raptada! De certeza que foi isso! Vem sozinha a esta hora e foi raptada! Que coisa!
O telefone parou de tocar e o F. continuava à procura da roupa e a congeminar no que se teria passado. Voltou a ouvir-se o toque, insistente e aflito.
- Está a tocar outra vez! É M.! Pois, foi a outra, de certeza! Vou vestir-me e vou pegar no carro. Não sei bem aonde vá, mas é melhor ir à procura dela! Onde raio pus eu as calças? Olha, parou! Mas é melhor ir ver o que se passa. Levo o carro e vou ver o que se passa… Se eu procurar por aí, talvez a encontre… E as calças? Onde estão? Que chatice! Olha! Está a tocar outra vez! Vou atender! Pois… É melhor atender! ‘Tou! Sim, M. diz lá!
E a M., com voz sumida e comprometida pela hora tardia, replicou:
- Olha, F., desculpa estar a maçar-te a esta hora, mas esqueci-me da chave da porta da entrada do prédio. Podes abrir-ma, por favor?

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Citação

“- Não é que seja infeliz. Eu não sou é feliz.
E explica: a ausência dupla de felicidade e infelicidade é ainda mais penosa que o sofrimento.” – Mia Couto

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Carregadores




São estes os meus carregadores de baterias: a lindíssima terra onde nasci e a minha praia preferida. Quando lá estou, o céu pode esperar. Tenho imensa sorte por ter nascido num lugar assim e ter passado as férias da minha juventude numa costa tão assombrosamente acolhedora! Estive em ambos os locais a semana passada. Tenho carga para uns tempos!

terça-feira, 14 de abril de 2009

É tudo calçado

A minha tia C., quando vem a minha casa, pergunta-me sempre como se chamam os meus cães. Nunca se lembra do nome deles…
- Leia e Pantufa. – esclareço eu, pela enésima vez.
- Ah, está bem! É tão engraçado, o pequenino!
O pequenino é o Pantufa e, passado algum tempo, vejo-a assomar-se ao canil e chamar embevecida:
- Ó pequenino, anda cá! Anda cá Chinelo!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

É andaço...

Tenho de chamar as filhas tantas vezes para elas tomarem banho! E primeiro que me obedeçam?! Começa a ficar automático o “Vem tomar banho!”. Assim, um dia destes fui à escada e gritei para a mais velha o slogan do costume. Voltei para a cozinha e percebi, então, que era para a chamar para vir jantar! Fui outra vez à escada e gritei:
- Olha, vem antes jantar primeiro. A comida já está pronta!
Ufa! Ela veio e não perguntou nada, não deve ter percebido…

sábado, 11 de abril de 2009

Uf!


Fico assim, depois de visitar dois museus de seguida...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Mais duas pernas (ou não...)

- Não te admires da tua amiga L. – lamentou-se o meu primo N., quando passei a visitá-lo esta semana – Estava eu a estacionar o carro no centro comercial e a dizer-me mentalmente quer não podia esquecer-me da carteira, no porta-luvas. Saí, fechei o carro, dirigi-me à entrada e já estava à porta quando me lembrei que não tinha trazido a carteira, afinal. Voltei atrás (e se eu tinha estacionado longe, nesse dia!), abri o carro, fechei-o e já estava à entrada do centro comercial outra vez quando me apercebi que não tinha trazido a carteira, de novo! Tive de lá voltar!


Será andaço? Começo a ficar preocupada…

Duas pernas?

Dizia-me a L., no outro dia, ao telefone:
- Não, amiga, não ando nada bem. Aliás, acho que ando a ver mal. Queres saber o que me aconteceu a última vez que fui ao talho aqui da minha rua? Como ia ter visitas, decidi ir comprar um frango. Quando cheguei a casa com o bicho, fui tirá-lo de dentro do saco plástico para o arranjar. E não é que lhe faltava uma perna?! Fiquei muito zangada comigo mesma. Até o homem do talho me enganava, parecia mentira! Meti o frango dentro do saco outra vez e decidi ir desancar o senhor do talho, que me tinha vendido um frango deficiente. E lá fui eu, colocando o frango em cima do balcão e refilando imenso pela ave que ele me tinha vendido. E diz-me o homem assim: “Então, conte lá quantas pernas vê ao frango, minha senhora.” Eu olhei primeiro para ele e, depois, para o bendito do frango e não é que eram duas?! Amiga, o frango tinha as duas pernas!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Primavera

Nas minhas caminhadas diárias, passo por um caramanchão onde mora a Primavera. O jardim onde ele se situa nem é nada bonito e é muito próximo do pior bairro do burgo; tem um parque infantil, um quiosque que vende bebidas, algumas árvores frondosas, com umas mesas debaixo, onde idosos jogam às cartas com o empenho de uma missão, como é típico de desocupados, e pouco mais. No entanto, o camaranchão rejubila de flores e verdura. São boninas de muitas cores, cachos brancos e lilases, que tombam na ânsia de mais colorir… Decididamente, se a Primavera não deixou por ali ficar um pedaço de si, foi algum pintor distraído que lá se esqueceu da paleta.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Inesperado



Fui a um local que é, no mínimo, inesperado. É o Buddha Eden e nada faria prever que, no meio de vinhedos nasceria um jardim que alia o kitsch ao harmonioso e ao selvagem de uma forma tão intensa. Deambula-se por alamedas de verdura e azinheiras, ouvem-se as aves a chilrear e os répteis a esconderem-se e, de repente, surge uma estatueta, imensa ou não, agradável ou desengraçada, mas não faz mal. Sentimo-nos efectivamente bem, naquele sítio. Também os guerreiros de terracota, coloridos ou monocromáticos, todos em fila, de várias alturas dão-nos vontade de captar todas as suas expressões, tirar fotografias a imitá-los ou a rondar o artístico… Gostei. Acho que vou voltar brevemente.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Esforço

Pensar exige algum esforço; tentar que esse pensamento seja compreensível e coerente é ainda mais difícil; transformá-lo nas melhores palavras tem sido uma tarefa tão árdua para mim, nestes últimos tempos, que nem tenho tentado…
Que exaurida que estava, no final deste período lectivo! Tem sido um ano particularmente intenso, profissionalmente! Depois, também já não tenho vinte anos… Nem trinta… Nem quarenta! Certo, certo, paro por aqui, mas isso é bom?!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Citação

“É impossível não acabar sendo como os outros julgam que somos.” - Júlio César

terça-feira, 31 de março de 2009

Outra vez dia de festa?!

Faz, hoje, 20 anos que fui promovida a mãe, pela primeira vez. Tinha quase 25 anos e acho que estava pouco consciente do “cargo” que acabava de assumir. Ser mãe é um trabalho sem fim e, como em tudo na vida, tive de aprender muitas coisas. Era a minha primeira filha e funcionou como uma espécie de cobaia. Foi com ela que aprendi muito e foi com ela que tive sucesso e que falhei, pela primeira vez numa decisão. A minha filha mais velha é muito diferente de mim. Somos parecidas nalguns traços fisionómicos, mas o nosso carácter não nos deixa dar tão bem como o nosso amor merece. Mas ainda bem que ela ajuda a preencher a minha vida!

domingo, 29 de março de 2009

Andas, andas que me apanhas na idade!

O N. é um primo meu, já um pouco afastado no parentesco, de quem eu gosto muito. Mesmo que não fossemos primos, seríamos amigos, de certeza. Ele tem um sentido de humor delicioso e, sempre que estamos juntos, divirto-me imenso. Hoje, ele faz anos. Sempre guerreámos a propósito da idade, porque sou um pouco mais velha e ele fazia questão de mo lembrar e de se meter comigo. Quando éramos “jovens e inconscientes”, o N. tinha algumas cismas. Lembro-me, por exemplo, que ele sempre fez questão de respeitar duas a três horas de digestão. Mesmo que só tivesse comido uma peça de fruta, o belo do N. não abdicava das suas duas horas de digestão. Então, era vê-lo, com um ar muito infeliz, mas muito determinado, a olhar para nós a chapinhar no mar e ele a cumprir à risca a sua absorção dos alimentos, porque “com estas coisas não se brinca”! Parabéns, miúdo!

sábado, 28 de março de 2009

Avaliar, ou não...

Está a aproximar-se um dos momentos que mais me agasta, em cada ano lectivo: a avaliação dos alunos. Pior, pior é no 3.º período, quando das notas depende a sua progressão para outro ano de escolaridade. O que eu abomino, classificar os alunos! Detesto enfiar com eles nas prateleira do 1,2,3,… Tenho sempre um enorme receio de estar a ser injusta ou de não ter feito tudo para os ajudar a “mudar de prateleira”, quando é caso disso, de não ter “medido” com exactidão o seu esforço para superar as suas dificuldades… Tudo é tão subjectivo! Estamos a lidar com pessoas e não com peças produzidas, que são quantificáveis e das quais se pode passar Certificado de Qualidade. No ser humano, tudo é relativo e incomensurável. Então, como posso eu dizer o que o aluno vale?

sexta-feira, 27 de março de 2009

Taras e Manias

As papilas gustativas são mais refinadas numa ou noutra pessoa. Isso já eu sabia, mas as minhas filha batem aos pontos qualquer crítico de gastronomia, português ou estrangeiro. As delas distinguem sabores que nem a Edgardo Pacheco, João Gobern ou Francisco José Viegas lembrariam. Por exemplo, a mais velha gosta de cenouras cozidas, para acompanhar o peixe, ou assim. No entanto, se as cortar aos cubos e as juntar à sopa, ficam todas, mais ou menos alinhadas, à borda do prato. Ora, já a mais nova, abomina queijo. Os seus pratos preferidos? Hambúrguer e Pizza. Pois. Também a mais moça tem toda a razão quando aponta o Caldo Verde como a sua sopa preferida. Também sou grande apreciadora deste caldo, tipicamente português. Agora, alguém me explica porque tem sempre de haver briga para ela comer as couves cozidas?!

Lundi + Monday

Há já muitos anos que só lecciono Português. Confesso que também não tenho investido muito na minha formação linguística, com o objectivo de reciclar conhecimentos e vocabulário. Assim sendo, estou naquela fase da vida em que, quando me quero lembrar de uma palavra em Inglês, só me recordo em Alemão e Francês; quando preciso de uma em Francês, aparecem logo em Alemão e Inglês; sim, sim, também quando falo Alemão, só me lembro das palavras em Inglês e Francês… Havia de ler também nestes idiomas, mas não me tem apetecido… Todo este intróito para referir que ainda há gente tão ou mais baralhada que eu. A minha prima D., que nasceu na África do Sul e é uma querida, teimava há dias com o seu irrequieto marido e meu primo, o R., que Segunda-feira, em francês era “mundi”! Ah, pois é! Quando se é “poliglota”, correm-se riscos que tais!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Hoje é dia de festa

15 Anos… A minha “caganita” faz hoje 15 anos! Ao contrário dos outros dias, quando desceu, de manhã, vinha de bom humor e, sorridente, veio enroscar-se nos meus braços para ganhar beijinhos. É assim a minha filha mais nova, doce e sedenta de mimos.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Rotinas III

-“Tchau, setora”! Boas férias! – atirou a Magda, enquanto voava em direcção à porta.
- Tudo de bom “pr’ócê”, ‘fessora! Se divirta nas férias, viu! – cantou o Edilson, com o seu sotaque nordestino e um sorriso tamanho do mundo.
Até a Rute, muito tímida e que teimava em passar sempre despercebida, murmurou um “Boas férias, “setora”. Até pró ano!”, quando saiu.
O último dia de aulas! A professora Dulce suspirou. Agora já não havia mais gritarias nos corredores, não haveria mais testes para serem corrigidos, entregues e seguidos de caras aliviadas, semblantes carregados ou sobrolhos franzidos. Já não se ouviriam lamentos pelos TPC’s marcados, cessariam as exposições de conteúdos, as apresentações de trabalhos, … Agora, finalmente, haveria paz!
Parou de arrumar a pasta. Os seus “meninos”! Este ano tinha tido particular sorte com as turmas que lhe tinham cabido: bons miúdos, empenhados, com sentido de humor, preguiçosos q.b. Ia ter muitas saudades deles…
Nem sempre era assim. Como em tudo na vida, a relação professor/aluno tem de resultar de uma empatia que, a pouco e pouco, se constrói e desconstrói com os acontecimentos do dia a dia. Como em todas as relações, é preciso que, a cada instante, se acalente, se aperfeiçoe para resultar na aprendizagem, para dar frutos e não se tornar num tormento para ambas as partes. É que na relação professor/aluno não há possibilidade de divórcio!
Quantas vezes o seu humor melhorou depois de entrar numa sala de aula! Vida mazinha que tantas vezes nos deixa apreensivos, tristonhos!... Quando assim era, tentava abstrair-se dos seus problemas para transmitir aos seus alunos aquilo que ela sabia. Eles não tinham culpa que as coisas lá por casa não correrem sempre bem. E, depois, a escola compete com tantas coisas bem mais aliciantes! Que aula tem hipóteses perante um novo jogo de “Playstation”? A quem é que apetece ler e interpretar o Crime do Padre Amaro, se pode ver o filme? Contas?! Tabuadas?! SMS’s, pois então! Melhor mesmo só os MMS’s! Não, uma aula, para resultar, tem de investir na relação entre os intervenientes.
Com estes seus alunos, a professora Dulce sabia que a relação se extrapolaria para fora da escola e que, sempre que se encontrassem na rua, tanto ela como os seus “meninos” sorririam com prazer na hora de se cumprimentarem e teriam curiosidade em saber como é que a vida estava a portar-se para com eles. Eram momentos como estes que a faziam acreditar que, embora os ministros vão e venham, que os Estatutos da Carreira Docente se reformulem, que a progressão na carreira seja dura, as relações humanas, a proximidade que uma sala de aula proporciona aos que lá “co-habitam” valem a pena!

domingo, 22 de março de 2009

Natura Com Vida

Que bem me soube a caminhada desta manhã! Apesar de um pouco lotada (éramos à volta de 300 pessoas!), foi agradável marchar pela várzea, junto ao rio e aos campos de arroz. Até os cavalos, curiosos, vinham espreitar aquela multidão de caminheiros, que, em ruidosas conversas, se desafiavam uns aos outros. Contámos, mesmo, com a presença de alguns ilustres membros do executivo camarário e de outros órgãos autárquicos.

Ai ontem foi Dia da Poesia?!

Quando tenho mesmo de corrigir testes, olho para os montinhos, alinhados por turma, em cima da mesa e apetece-me imenso arrumar gavetas, passar a ferro, organizar armários… Como sei que não posso “não fazer nada”, solta-se-me a alma de empregada doméstica e estes desejos de limpeza e de arrumação emergem. Mas não. Como os testes lá continuavam, ontem, Dia da Poesia, estive o tempo todo a corrigi-los. Depois, lá mais para o fim da tarde, estive a organizar todos os papelinhos do IRS e a enviar a declaração electrónica. A poesia não me vai perdoar!

sábado, 21 de março de 2009

Rejubilemos de novo!

Hoje, comemora-se o Dia Mundial da Poesia. Festejemo-la, então, visto que, sem ela, a Humanidade não faria sentido!

O não-sol

Aquele grande chapéu preto foi o que me fez atentar na figura. Era um chapéu imponente, de dimensões que oscilavam entre o dos cowboys e o dos mexicanos. O sujeito era seco de carnes e, de cowboy, tinha também as pernas arqueadas e um colete sem mangas, de couro, pendurado nos ombros. Era pelas abas do colete que espreitava a t-shirt, preta, a fazer “pendant” com o apelativo chapéu. Era estampada à frente, seriam talvez “grafittis”, ou ramos, os figuras geométricas… Ok, não é importante. O que fulgia, por detrás das abas do colete, era a cor dos desenhos: um doirado tão intenso que bendisse, por diversas vezes, os meus óculos de sol!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Socorro!

Finais de período lectivo são, para mim, cada vez mais “agastantes”! Montes de testes e trabalhos para corrigir aliam-se a tarefas burocráticas e repletas de “papelagem” e a reuniões (em que se discute o sexo de seres alados) para me azucrinar o tempo, o livre e o outro. Este entretenimento não me deixa pensar muito no resto, o que convém, mas começo a ficar muito cansada e sem a tolerância necessária para as atitudes de adolescente dos alunos, em plena crise de “feromongas”.

Rejubilemos!

Hoje, todos os pais que se preocupam e cuidam dos filhos merecem um grande beijo. Feliz Dia do Pai!

sábado, 14 de março de 2009

Ou sim!

Que agradável que está o dia hoje, outra vez! A minha L. vem cá e logo vamos jantar com a F. e uns amigos. Degustaremos umas belas de umas enguias com arroz de feijão. Vou inflamar o colesterol, mas paciência. E o maior prazer será estar com as duas melhores amigas, rir bastante e não pensar no que me agasta. E que bom que vai ser regar tudo isto com muitos mimos das e às filhas!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Ou não

Está um dia luminoso e acolhedor, daqui da janela vejo a explosão branca das macieiras em flor, tenho tanta coisa boa na minha vida… Então, porque é que estou triste e não me apetece desfrutá-los? Que desperdício!

quinta-feira, 12 de março de 2009

No museu

Hoje, fui com as minhas turmas de 8.º Ano ao Centro de Arte Moderna e ao teatro, a Lisboa. Correu bem: trouxemo-los todos de volta, sãos e salvos. Agora, entristece-me muito ver que vários, do grupo que eu acompanhei, aproveitaram a sua permanência no museu para tirarem fotografias em poses idiotas ou deambular sem prestar nenhuma atenção à explicação da guia. Assim, fico esmorecida e sem vontade de preparar mais actividades do género!

Ausência

Quando Rita sentia os lábios dele nos seus, sentia também as suas mãos a segurarem-lhe o queixo com ternura. Era ele que se inclinava para a beijar, suavemente primeiro, depois como se o mundo fosse acabar naquele instante. Os movimentos dos lábios tornavam-se secundários, quando a mão dele descia até aos seus seios, insistente, no decote…
Acontecia sempre. Não uma nem duas vezes, mas sempre que pensava nele. Era a imagem presente, constante, com cambiantes em algumas ocasiões, mas que se repetia vezes sem conta, tantas quantas pensava nele.
Tinha sentido o toque dos seus lábios, há algum tempo atrás. Eram sempre doces e sôfregos os seus beijos. Depois, a escola, os amigos, a vida tinham-nos separado. Hoje, desejava-o acima de tudo e sonhava permanentemente com o seu toque…
Aquelas imagens… Não poderiam ser só sonhos, desejos, manifestações do seu corpo de adolescente, de quase mulher!
No início, a imagem era ela a chegar-se a ele, a olhá-lo no fundo dos seus olhos claros, a passar o polegar pelos seus lábios, beijando-o, finalmente, com doçura. Ele estava lá, à espera, surpreso, como se o querer fosse só dela.
Agora, a imagem era outra. Era ele que vinha junto dela, que lhe mostrava o seu carinho, o seu desejo…
Assim é a vida e apenas permite que sonhemos o que nos faria felizes. Era tão difícil ver passar cada dia, cada semana sem um sinal, sem um indício…
Ah, Rita, acorda, rapariga! A ausência de pistas não era se não a prova de que ele não sentia da mesma forma. Verbalizou-o nesse instante. E ficou tristemente aliviada. Então, em vez das mãos dele no seu rosto, acolhedoras e quentes, sentiu o percurso de uma lágrima, que parou nos lábios que há tanto esperavam os dele.


segunda-feira, 9 de março de 2009

Citação

(...)
"Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa

domingo, 8 de março de 2009

Mais luta, menos luta

Sim, sim, era eu, ontem, no cordão humano de professores.
Lá fomos, eu, a F. e o A., cumprir mais uma jornada de luta. Fiquei um pouco esmorecida quando chegámos ao Marquês de Pombal e vi meia dúzia de gatos-pingados que nem para uma guita seriam suficientes. Depois, já passando da hora, como portugueses que somos, lá foi chegando gente e, num instante, se ligaram os locais designados para o tal “cordão humano”.
Somos professores e humanos, fomos cordão, mas tenho dúvidas se teremos sido bem sucedidos nas nossas reivindicações.

quinta-feira, 5 de março de 2009

As valas são nossas amigas

A cria mais velha anda a tirar a carta. A princípio, ela não se mostrou nada entusiasmada com esta aprendizagem e só se inscreveu na escola de condução porque concluiu que vir da faculdade tarde e de comboio não é muito confortável. Fiquei mais tranquila quando, depois da sua primeira aula de condução, a minha filha me confessou que, afinal, “conduzir até é fixe!” Reconheço que, por ela não ter grande vontade de se tornar um ás do volante, já me estava a ver “mãe-taxi” por muitos e longos anos.
Foi, então, com alguma preocupação que a vi apreensiva, quando regressou de mais uma voltinha de aprendizagem. Quis saber o que se tinha passado, cogitando onde poderia adquirir aqueles artefactos que se usam para determinar o custo das viagens nos carros de praça, que decidi adquirir logo que tivesse a certeza que ela ia desistir.
- Hoje não correu muito bem… Já tive de fazer umas “cenas” mais complicadas.
- Que coisas?
- Fiz ponto de embraiagem.
Admirei-me. Não me lembrava de declives significativos, no lugar onde moramos e, quando tirei a carta, eram esses os locais eleitos pelos instrutores para treinar ponto de embraiagem.
- Deu para experimentar porque caí numa vala…
- Numa vala?!
- Sim, a primeira vez não correu muito bem, mas da segunda já fiz tudo direitinho.
- A segunda?!
- Sim. Caí na vala duas vezes…

quarta-feira, 4 de março de 2009

Citação

"Chaminé que construísse em minha casa não seria para sair o fumo, mas para entrar o céu." Mia Couto

domingo, 1 de março de 2009

Março

Este mês é especial. É um mês de grandes invenções, o telefone (1876), o dinheiro de papel (1862), a aspirina (1899), os atacadores (1790), a máquina de gelados portátil (1990), só para referir algumas. Além disso, deste mês, as maiores invenções são, de 31 e de 26, respectivamente, a minha filha mais velha e a minha filha mais nova!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Eu gosto de você

A minha amiga L., que me faz o favor de acompanhar a minha existência há já umas décadas, não anda muito bem. Fico triste e preocupada por não poder animá-la o quanto gostaria. Já passámos por tanto juntas… Na faculdade, que foi onde nos conhecemos, sempre me surpreendeu o seu desprendimento e a sua coragem. E, depois de saber que ela perseguiu um carteirista que, no autocarro, lhe tinha “fanado” a carteira, conseguindo que ele lha devolvesse, a L. juntou à cumplicidade que há entre nós, a confiança que se sente junto de um guarda-costas! Grande L.!

Conversas, gestos, cheiros - III

A minha avó materna viveu muitos anos numa casa enorme, no centro da localidade, por cima de uma retrosaria. Era tão imensa a casa que eu me deliciava a jogar às escondidas por todos os recantos e pelas suas oito assoalhadas. Tinha também um sótão muito acolhedor, com tês divisões pequeninas e um terraço soalheiro e com uma vista soberba, sobre a avenida. Havia um quarto sem janelas, onde eu dormia, quando lá passava temporadas, que não me agradava muito, porque era mesmo lá ao fundo do corredor e eu sentia-me abandonada, naquela casa cheia de ruídos e já muito antiga. Mas adorava esconder-me no imenso roupeiro, que ocupava uma só divisão e fingir que não ouvia quando me chamavam para tomar as refeições. Quando as minhas tias lá não estavam, deambulava pelos seus quartos e fazia questão de me assomar a todas as janelas, mirando sempre novas coisas, porque a casa dava para três ruas distintas. Quando a minha avó foi morar para uma casa num bairro periférico e para um andar de umas banais quatro assoalhadas, num prédio de muitos pisos, percebi que aquele mundo da minha infância tinha ficado naquela casa de soalho de madeira e divisões de muitas janelas, para várias ruas…

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Citação

“O passado é um imenso pedregal que muitos gostariam de percorrer como se de uma auto-estrada se tratasse, enquanto outros, pacientemente, vão de pedra em pedra e as levantam, porque precisam de saber o que há por baixo delas.”
José Saramago

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Dores nos joelhos

Estávamos no café, a F. e eu, sentadas, a conversar sobre escola, queimando tempo para o comboio. Ela estava de costas para a porta e não viu entrar um mascarado, com uma daquelas máscaras que se enfiam pela cabeça e que são feias a valer. Ele andou pela sala, a chegar-se junto das pessoas, mas, como nós estávamos tão embrenhadas na conversa, ela nunca deu por ele entrar sequer. Eu vi-o aproximar-se e colocar-se junto dela. Sabendo como a minha amiga é assustadiça, ainda a avisei:
- Vais assustar-te…
Ela mostrou surpresa, sorriu-me e olhou para o lado onde estava o mascarado, quase encostado a ela. Quando o encarou, deu um grito, amedrontando também o homem, que abalou, a grande velocidade. Foi uma gargalhada geral.
Quando, finalmente, conseguiu articular, entre risos e fungadelas, confessou:
- Ai, amiga, que susto! Assustei-me tanto que até me doem os joelhos…

Feliz Carnaval!

Esplêndido Carnaval, o que eu passei!
Eu e a F. começámos por visitar a exposição, patente no Museu da Electricidade, “Artistas Portugueses Lá Fora.” É certo que algumas peças me passaram completamente ao lado; quero crer porque sou uma leiga e não sei apreciar TODA a moderna forma de expressão artística. Também é verdade que alguns dos mais sonantes nomes tinham apenas um quadro a representá-los. Todavia, gostei bastante de conhecer alguns dos nossos artistas, através dos seus quadros ou fotografias.
A seguir, assistimos ao concerto “Carnaval dos Músicos”, no CCB. Para além de outras composições, deliciámo-nos com “Le Carnaval des Animaux”, de Saint-Saens, interpretado por músicos excelentes, como Filipe Pinto-Ribeiro ou Tatiana Samouil, entre outros. José Van Dam foi o narrador, que se divertiu tanto ou mais que nós.
Um Carnaval e tanto!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Neologismos

Tenho uma amiga (quase “irmã",vá) que tem por hábito inventar um vocabulário muito próprio. Não é intencional, mas as várias palavras por ela criadas e que não ouso exemplificar aqui (ela não me perdoaria…), são absolutamente deliciosas! Ela pensa que me divirto apenas e não acha graça nenhuma quando eu as uso também ou as compartilho com outros amigos. Eu não me divirto, deleito-me! Acho fantástica a sua renovação do léxico português, nas mais variadas situações. Não tem a genialidade de Mia Couto, confesso, mas são vocábulos muito musicais, de significados que, por vezes, só ela consegue definir.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Especulações

Aqui pelo burgo, já se especula sobre candidatos às eleições autárquicas. Quando sai alguma notícia nos jornais regionais, comentam-se e ajuízam-se as decisões anunciadas. Têm realmente um carácter absolutamente diferente estas eleições das restantes. Neste escrutínio, não se escolhem símbolos nem candidatos virtuais, apenas acessíveis pelos meios de comunicação social. Pelo contrário, vota-se em pessoas que encontramos ao virar da esquina, em conversas que se têm, em projectos de intenções que nos poderão dizer directamente respeito. Falo, evidentemente, dos concelhos pequenos como o meu. As cidades debatem-se com o mesmo problema das outras eleições: ninguém se conhece e torna-se mais difícil acreditar.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

citação

“O silêncio não é a ausência da fala, é o dizer-se tudo sem nenhuma palavra.” - Luís Sepúlveda

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Conversas, gestos, cheiros - II

Lembro-me muitas vezes, com saudade, da minha infância, quando nos juntávamos todos, lá em casa dos meus avós paternos, em grandes almoçaradas, deliciando-nos com os petiscos da minha avó. Geralmente era no Verão, quando os meus tios e primos, emigrados na Alemanha, passavam cá o mês de férias. Adultos e crianças juntavam-se alegremente à mesa e degustavam a maravilhosa canja de pombo bravo, o javali assado no forno, as inigualáveis migas com entrecosto, como só as minhas avós sabiam fazer. E era uma correria entre o quintal e as escadas do primeiro andar, um brigar constante entre todos os primos, que levava a minha avó a ralhetes e resmunguices, dos quais não fazíamos caso nenhum. E ouviam-se os adultos a rir e a contar histórias na sala e nada fazia prever que tudo se tornaria tão diferente, anos depois…

Carnaval

Vem aí o Carnaval. Se eu gosto do Carnaval? Não! Abomino! Gosto mesmo é dos três dias de interrupção das actividades lectivas, que lhe estão associados.
Ilações a tirar:
- ser professor, actualmente, é quase péssimo;
- estou a ficar mais antiga, porque cada vez gosto menos;
- não me agradam nada as duas conclusões anteriores…

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ainda meteorologia

Estes dias mais solarengos dão outro ânimo às pessoas. Os jovens e adolescentes lá da minha escola ficam ainda mais jovens e adolescentes (e isso não é muito bom, devo confessar) e o mesmo se passa com os outros. A nós, que já não somos jovens e (felizmente!) nem adolescentes, também acontece ganharmos uns coloridos na cútis, um brilhozinho no olhar. Sei lá, até parece que o cabelo fica mais brilhante! A chatice é que parece que ainda aí vêm umas friagens e uns arrefecimentos nocturnos, perfeitamente dentro da época… Mas que já cheira a Primavera, isso já!

A propósito de mestrados:

Já vários dos meus colegas e amigos investiram na realização de um mestrado. E digo “investiram” porque, para além do enriquecimento curricular e cultural, é caro a valer. Não me estou a ver a fazer um mestrado. Pelo menos não agora, em que as miúdas estão a estudar e canalizo os rendimentos para elas. Já uma segunda licenciatura, em História ou História de Arte, sempre me foi aliciante. Pondero mesmo essa hipótese, com grande carinho, para quando as catraias já não precisarem de mim. Isso é que era! “Mestrado” eu associo sempre a sofrimento. Vejo as pessoas, que estão a fazer mestrado, a sofrer para cumprirem os prazos, a sofrer sem disponibilidade para fazer aquelas tarefas que lhes proporcionariam prazer, na concretização da tese… Na! Para sofrer não é preciso pagar tanto!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Meteorologia

Devo morar numa terra que se situa debaixo de uma auto-estrada de aves! Quando o tempo é mais tempestuoso, é vê-las às miríades a dirigirem-se para o interior; se está solarengo, voam para o litoral. Não consigo distinguir a espécie; parecem-me gaivotas, mas estamos tão distantes do mar que se me figura inverosímil. É uma contemplação intimidante a associação de todas aquelas aves, na imensidão do céu! Mal comparado, lembra-me o filme do Hitchcock...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Muito Mestre!

E pronto! O J. L. já defendeu a sua tese. Pelo que sei (e tinha lá uma informadora competente!), fez um brilharete e fez de mim uma amiga muito orgulhosa. Grande J. L.!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Quase mestre

Amanhã, o meu querido amigo J. L. vai defender a sua tese de mestrado. Não vou poder lá estar, mas estou 100% com ele. O J. L. é dos melhores seres humanos que conheço, para além de um estudioso e de um óptimo profissional. Um grande, enorme abraço, miúdo!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Monogamia

No outro dia, em conversa com a F., a propósito do último filme de Woody Allen, “Vicky, Christina, Barcelona”, acordámos que o realizador nos fez pensar a problemática das relações amorosas. Concluímos (e não descobrimos nada de novo, mas soube-nos bem verbalizá-lo) que elas, as relações amorosas, bem entendido, estão votadas ao fracasso porque teimamos em torná-las monogâmicas, quando o Homem, tal como muitos outros animais, não o é. O segredo está, se calhar, na sinceridade e na capacidade de aceitar que o outro se possa apaixonar por outra pessoa. Parece que foi assim que Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre conseguiram levar por diante a sua relação, nunca duvidaram do sentimento que os unia, mas aceitaram que o outro se encantasse por outrem. Ao contrário do que possa parecer, acho que é fundamental uma grande generosidade para levar a bom porto uma ligação com estas características e fazer da verdade a grande bandeira entre ambos. Se eu seria capaz? Hum…

Citação

“Ó Ninfa, a mais fermosa do Oceano,
Já que minha presença não te agrada,
Que te custava ter-me neste engano,
Ou fosse monte, nuvem, sonho ou nada?”
Luís de Camões in Os Lusíadas

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Arejadíssimo!

Lá fomos, a F. e eu, arejar. Foi demasiado arejado visto que, ao final da tarde, estava um frio do caraças ao pé do rio e tivemos que nos abrigar. No entanto, corrigimos uma turma de testes cada uma. Fomos tão lindas!

Caganita

Ontem, lá nas barracas de vendas dos miúdos, comprei dois cartões, com um grande coração cada um e que diziam “Gosto muito de ti!”. Dei um a cada uma das minhas crias e o da mais nova destinei-o à “Caganita”. Não gostou.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Ah, die Sonne, die Sonne!

Amanhã tenho de ir dar um arejo. Tenho testes para corrigir, mas já combinei com a F. irmos para uma esplanada, à beira rio e fingir que os corrijo, a apanhar um solzinho…

Love is in the air

Hoje, lá na escola, e aposto que em todas as escolas do país, comemorou-se o Dia dos Namorados. Que é só amanhã, mas como amanhã os namorados podem não estar ao jeito, porque, se calhar, de namorados têm muito pouco, adolescentes, pré-adolescentes e adultos, em geral andaram num corrupio à volta das barraquinhas, dinamizadas pelos alunos do nono. Diziam eles que era para angariar fundos para a viagem de finalistas. Eu tenho cá para mim que é para poder seleccionar bugigangas inúteis para presentear os eleitos dos corações e aproveitar para um olhar. Com um bater de pestanas promissor, elas e de forma penetrante e exigente, eles. Até os professores e os funcionários se afadigavam a escolher por entre cartões, flores, corações, balões, pregadeiras, molduras, telas, caixinhas, caixotinhos e outros quejandos qual o melhor para presentear o seu amor. Ou não. Vai-se a ver e era só mesmo para ajudar os moços a angariar fundos.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Conversas, gestos, cheiros – I

Dou por mim a imaginar conversas, gestos, cheiros e, assim, viajo no tempo. Regresso ao passado ou alcanço o futuro, dependendo da conversa, do gesto ou do cheiro.
O cheiro a maresia oferece-me sempre a minha praia favorita. De brinde, traz os gritos das gaivotas, o marulhar das ondas, a escorrerem na areia e a frescura da água, quando eu ia tomar banho nua, lá ao fundo, desfrutando da solidão daquele pedaço de costa, que era só meu, por instantes. Não se consegue verbalizar a sensação de entrar nua, mar adentro, pertencer àquele azul, àquele sol. Às vezes, os meus primos também lá estavam e perseguíamo-nos em corridas, mergulhos e rodopios, inconscientes da perfeição de que fazíamos parte.
Nada disto já acontece. Eu e os meus primos raramente nos encontramos e, actualmente, a minha praia favorita é também a praia favorita de demasiados. E eu é raro lá ir mergulhar, nadar nua nas suas águas.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Souvenir

O meu pai trabalhou numa empresa francesa de transporte de mármores. Então, eu, desde catraia, ia com frequência à sede da firma, em Rambouillet.
Pelava-me por me perder no labirinto das pedras, cortadas em pequenos mosaicos e arrumadinhas em caixas de madeira ou em grandes placas, encostadas a uma armação de metal, com um corredor estreitinho entre elas, por onde eu marchava, corria, me escondia. Admirava-lhes os tons sarapintados ao acaso ou os seus raios, que rasgavam extensões de cores contrastantes.
Era ali que garbosos cavaleiros me vinham salvar ou que eu, guerreira intrépida enfrentava os mauzões para resgatar meninos, cidades, planetas inteiros, às vezes.
Ao fundo, do lado direito, havia uma única árvore. E como as caixas de mosaicos se encostavam debaixo dela, era fácil trepar aos seus ramos. E lá subia eu, permanecendo horas sentada numa pernada da grande nogueira, degustando nozes verdes e achando que o mundo era meu.
Ainda hoje gosto de nozes verdes.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Citação

“…nenhum sonho se pode contar. Seria preciso uma língua sonhada para que o devaneio fosse transmissível. Não há essa ponte. Um sonho só pode ser contado num outro sonho” – Luís Sepúlveda

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Cheiros

Há pessoas que são muito sensíveis aos cheiros. Incomodam-se muito com o cheiro a queimado ou deliciam-se imensamente com o aroma exalado do tacho da comida ao lume.
Eu confesso que o olfacto nem é o meu sentido mais apurado. E, agora, que a visão já não é o que era, sinto-me muito desfalcada. Bom, voltando aos cheiros, os meus preferidos são:
- a maresia;
- a relva cortada;
- a terra molhada – quando as primeiras gotas de chuva caem no chão ressequido, que começa a ensopar-se, sabe?
É claro que há outros que também me são prazenteiros, o cheiro dos morangos maduros, do pão quente, de algumas flores, do café… Só que nenhum me dá uma sensação tão agradável como os três enumerados acima.
E os seus quais são?